Manifestação realizada no último dia 8 de abril. (Sindppen-MG)
Os policiais penais do Estado de Minas Gerais podem entrar em greve caso não haja acordo com o governo em relação à reivindicação de reajuste salarial. De acordo com o Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG), a defasagem salarial da categoria já chega a 44,9% e a única proposta apresenta pelo governo Zema foi uma “ajuda de custo” aos policiais.
“Não estamos pedindo um aumento real, mas a recomposição das perdas inflacionárias que tivemos ao longo dos anos. Só que o governo já afirmou que não irá pagar essas perdas neste ano, alegando não ter recursos em caixa. Sabemos que isso não é verdade. A sensação que temos é de que o governador não gosta do servidor público. Estamos dando nossas vidas, ganhando pouco, e eles acham que recebemos muito”, declara Jean Otoni, disse o presidente do Sindppen-MG,
“Nós vamos tentar, ao máximo, fazer com que os órgãos públicos nos escutem. Já tivemos audiências na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e vamos acionar o Tribunal de Justiça de MG (TJMG) para que essa conciliação possa ocorrer. Vamos tentar todos os meios até esgotarem as chances de greve. Mas, se o governador mantiver a mesma postura, sem buscar conciliação, este será o caminho”, afirma Otino.
O dirigente sindical destaca que, caso a greve seja levada adiante, visitas aos detentos podem ser suspensas e atendimentos internos devem ser limitados, afetando também os serviços administrativos. “Isso, não por culpa dos trabalhadores da Polícia Penal”, mas sim consequência da “omissão do Governo de Minas”, ressalta.
O governo já anunciou que não pretende reajustar os salários, alegando que “a diretiva básica deste governo é perseguir o equilíbrio fiscal”, conforme afirmou o secretário de Estado de Fazenda, Luiz Cláudio Fernandes Lourenço Gomes, em março.
Sem negociação, afirma o Sindicato dos policiais, o resultado é que “toda a categoria está revoltada” e a greve não está descartada.
Fonte: https://horadopovo.com.br/zema-nega-reajuste-e-policiais-penais-de-mg-avaliam-greve/