Foto: Divulgação/ Embraer –
A recente visita que o presidente Lula fez ao Japão e ao Vietnã serviu, entre outros fatos, para colocar em evidência a Empresa Brasileira de Aeronáutica
A recente visita que o presidente Lula fez ao Japão e ao Vietnã, levando em sua comitiva mais de 100 empresários brasileiros, serviu, entre outros fatos, para colocar em evidência a Empresa Brasileira de Aeronáutica.
A Embraer, essa importante estatal brasileira, a terceira maior produtora de jatos comerciais do mundo, que já esteve à beira da falência, e chegou a ser vendida à norte-americana Boeing, entre os governos Temer e Bolsonaro, deu a volta por cima.
Em 2019, sacramentando negociação iniciada pelo ex-presidente Michael Temer, o então presidente Bolsonaro formalizou a venda da Embraer à Boeing, um negócio à época avaliado em US$ 4,2 bilhões, que seria desfeito poucos meses após, por desistência da empresa norte-americana. O valor da venda representaria a preços de hoje algo em torno de R$ 20 bilhões.
Nessa viagem aos dois países asiáticos, as vendas que a Embraer concretizou com o Japão, de 15 jatos E-190, num negócio superior a RS 10 bilhões, além de avançar na venda de outras cinco aeronaves aos japoneses e, também, ao se destravar negócios para entregar 10 outros jatos E 190 e E2 para a Vietnam Airlines, formarão um volume de recursos superior ao dinheiro prometido na venda da nossa estatal aos norte-americanos.
Para quem assinou a venda da Embraer por US$ 4,2 e depois que a Boeing desfez a transação tentou por todos os meios encontrar outra empresa mundial que se interessasse pela estatal brasileira, como o próprio ex-presidente revelou em 2020, deve ser frustrante verificar que deu um tremendo tiro no pé.
Basta observar, além desses negócios recém-realizados com Japão e Vietnã, que a Embraer disparou suas vendas para diversas nações do mundo.
A respeitada estatal nacional atinge agora novo recorde histórico com uma carteira de pedidos que chega ao volume de US$ 26,3, registrada no no último trimestre de 2024, o que significa mais de 6 vezes o valor que o governo brasileiro da época, entre 2018 e 2019, cobrou para se desfazer dessa verdadeira joia brasileira.
Em 2024, conforme mostram os números de balanço da Embraer, o valor de pedidos em carteira cresceu nada menos do que 40% desde 2023 e o seu segmento de Aviação Executiva marcou um recorde histórico de US$ 7,4 bilhões (acréscimo de 65%) para a carteira de pedidos direcionados ao seu Flexjet. As aeronaves da carteira da Defesa e Segurança, os aviões militares, avançaram 67% no ano passado, com participação recorde de clientes globais, somando valores de US$ 4,2 bilhões.
Esses valores extraídos dos balanços da empresa, desde o total dos pedidos de 2024, de US$ 26,3 bilhões, até cada valor alcançado por cada carteira setorizada, representam o maior recorde de toda a história da Embraer. Somente no último trimestre de 2024 a estatal brasileira entregou 75 aeronaves, 27% a mais dos aviões que havia entregue no trimestre anterior e em igual volume ao que entregou em 2023.
No total do ano de 2024, a Embraer entregou 206 aeronaves, um crescimento de 14% em relação a 2023, ano em que começou de fato a prevalecer sua extraordinária revitalização.
Essa capacidade vigorosa que a Empresa Brasileira de Aeronáutica historicamente apresenta, sempre foi percebida pelo Presidente Lula, desde seus governos anteriores. Não é sem razão que ele, durante um evento no Planalto em maio do ano passado, para anunciar plano de investimentos, comemorou o fato de o negócio entre a Boeing e a Embraer ter sido desfeito.
“Outro dia”, disse ele, “a Embraer era uma empresa quebrada, foi vendida para a Boeing. Ainda bem que a Boeing teve um desastre e não quis mais a Embraer. Ela agora voltou a ser a coqueluche do mundo da aviação.”