Taxação ao Brasil é ruim, mas país pode elevar entrada de seus produtos nos EUA

Foto: Reprodução/Redes sociais –

As ações nos Estados Unidos registraram quedas expressivas, num sinal de desagrado pelas medidas anunciadas, que fixam tarifas elevadas a produtos do mundo inteiro

A reação imediata dos mercados ao redor do mundo foi sentida nas bolsas de valores logo após o anúncio cinematográfico das tarifas sobre produtos que os Estados Unidos importam, feito pelo presidente norte-americano.

As ações nos Estados Unidos registraram quedas expressivas, num sinal de desagrado pelas medidas anunciadas, que fixam tarifas elevadas a produtos do mundo inteiro, com peso monumental sobre as importações de produtos vindos da Ásia, especialmente da China, Japão. A queda nas bolsas, registrada no amanhecer de hoje, foram muito elevadas.

O que Donald Trump, com suas tarifas sobre quase todos os países, está pomposamente chamando de “Dia da Libertação da América”, poderá ser na realidade a maior crise mundial de todos os tempos, podendo levar a conflitos e retaliações que ninguém no momento é capaz de avaliar a sua dimensão.

O entendimento de muitos analistas econômicos é de que Donald Trump “está contratando  uma inflação global generalizada”, que terá o poder de elevar os preços dos produtos em todas as partes do planeta, contribuir para o empobrecimento cada vez maior de parcelas significativas da população, gerar ondas de desemprego e colocar muitos países, inclusive o próprio território de Trump, em recessão.

A inflação- que países como Brasil e mesmo EUA temem e, no seu combate, adotam medidas impositivas desagradáveis e perniciosas, como aumento de taxas de juros-, é de fato o grande medo de governantes mundiais. Daí, tarifar produtos de modo amplo e aleatório como Trump faz, deverá espalhar um espanto maior na quase totalidade das nações.

Mas como toda moeda tem dois lados, há quem pode perder mais ou menos, e quem até mesmo lucrar diante de medidas tão espantosas como as que o presidente norte-americano está trazendo à humanidade.

As tarifas de 10% aplicadas ao Brasil não são boas, estão em desacordo com as relações bilaterais que os dois países possuem histricamente, deverá passar pela análise de retaliações por parte das auroridades brasileiras, mas não são de todo modo assustadoras como se previa.

O Brasil, conforme avaliação dos analistas de mercado, por ter recebido taxação menor, poderá até ter benefícios, por duas razões notáveis. A primeira, porque a taxação a seus produtos, feita por Trump, foi das menores, de 10%, enquanto outras nações, como a China, viram a imposição de tarifas sobre seus produtos de até 36%.

O segundo motivo é que como será muito difícil a entrada nos EUA de produtos oriundos desses países em que as taxações foram mais elevadas, nisso incluídos todos os integrantes da Ásia, o Brasil vê que de repente se abrem portas para que seus produtos entrem com mais vantagens e facildiades no território americano.

É isso que estão vendo os analistas de ontem para hoje. Esse entendimento de que taxação mais baixa para produtos brasileiros e tarifas muito mais elevadas a países asiáticos de quem os Estdos Unidos dependem bastante pode abrir caminho expressivo para a exportações brasileiras.

Um ganho setorial importante nessa avaliação, seria apra os produtos do agronegócio, grãos de um modo geral e café, muito especialmente.

Veja-se, por exemplo, que a venda de café para os americanos, em 2024, somou mais de US$ 2 bilhões, o que pode se levar de maneira acentuada. O Brasil já é o principal fornecedor de café para os Estados Unidos e o país de Trump é o principal cliente externo desse produto brasileiro.

Dentre os 10 produtos brasileiros mais exportados para os EUA em 2024, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria Exterior, estão óleos brutos de petróleo, ferro, aço, café em grão, pastas químicas de madeira, ferro fundido bruto, aeronaves e veículos aéreos, gasolina, carnes bovinas congeladas e produtos semimanufaturados de ligas de aço. Os óleos brutos de petróleo, que lideram a pauta de exportações, movimentando cerca de US$ 5,8 bilhões no ano, atualmente não pagam tarifa nos EUA.