Foto: Arquivo pessoal –
Segundo testemunhas, o pai entrou na igreja com a filha nos braços em estado de desespero após encontrar a criança morta
O pai da menina Ana Liz Araújo, que morreu após ter sido esquecida por sete horas dentro do carro da família, poderá responder pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A informação foi confirmada ao O Dia pela delegada Amanda Estevam na tarde desta terça-feira (24).
Após a morte, o pai, que é pastor de uma igreja evangélica, foi conduzido à Delegacia de Floriano pela Polícia Militar e, embora esteja evidente para a polícia que não houve intenção de causar dano à filha, a morte da criança se encaixa como violação de dever de cuidado, o que corrobora o indiciamento por homicídio culposo.
O caso aconteceu nesta segunda-feira (23), na cidade de Arraial, a 218 km de Teresina. O pai, cuja identidade não foi revelada, tinha o hábito de levar os dois filhos para a escola todos os dias e, ao mudar a rotina, acabou esquecendo de levar a filha menor, de apenas três anos para a creche, às 7h da manhã.
“O pai passou o dia na Igreja, acreditando que havia deixado ambos os filhos na escola, percebendo que não deixou a filha apenas quando voltou ao carro no intuito de buscar os filhos”, afirmou a delegada.
O pai só se deu conta de que não havia levado a criança para a creche por volta das 14h30. De acordo com a delegada, após ter encontrado a filha morta dentro do carro, o pai entrou na igreja com a menina nos braços, em estado de desespero.
Segundo a legislação brasileira, o homicídio culposo é quando alguém causa a morte de outra pessoa sem intenção de matar, ou seja, por imprudência, negligência ou imperícia. A pena pelo crime é de um a três anos. Contudo, em certos casos, o juiz pode deixar de aplicar a pena se as consequências da infração atingirem tão fortemente o autor que a sanção penal se torne desnecessária.