Na MRV&CO, a inteligência artificial (IA) deixou de ser promessa e virou pilar estratégico. A jornada da companhia com a tecnologia começou há anos, com o lançamento da Mia, assistente virtual voltada para relacionamento com clientes, e hoje alcança novos patamares com a Susi, a “caçula” do ecossistema de IAs da empresa, como define Reinaldo Sima, diretor de Tecnologia, Transformação Digital e Inovação da MRV. Criada em 2025, a Susi é a primeira IA do País dedicada à disseminação de informações sobre o relatório de sustentabilidade da MRV.
A nova assistente faz parte de um movimento de transformação digital profunda, que une tecnologia, ESG e uma visão mais inclusiva sobre o papel da informação. “Estamos chamando isso de Transformação Digital 2.0”, diz Sima. “A IA agora não é mais uma possibilidade. É uma necessidade.”
Mia e a virada na produtividade da MRV
A primeira virada da MRV&CO com IA aconteceu em 2017, quando a Mia entrou no ar para transformar o atendimento ao cliente. “Antes, tínhamos um modelo puramente humano. Para cada cem prospects, 20 seguiam no funil. Com a Mia, passamos para 70. Foi um salto de produtividade”, lembra o executivo.
Hoje, a Mia atende cerca de 130 mil pessoas por mês, 6 mil por dia, auxiliando desde o primeiro contato até o pós-venda, incluindo relacionamento, cobranças e integração com a conta digital. “Ela entende quem é você e te leva ao próximo nível do funil.”
A maturidade com a tecnologia foi crescendo e, em 2023, a empresa deu um passo além com o lançamento do MIAG, um portal próprio de IA generativa, permitindo a criação de agentes personalizados a partir de documentos internos. “Criar agentes passou a ser quase um self-service. Já temos mais de cem em produção”, afirma.
Marco, o treinador de corretores, e o MAO, amigo da obra
Em 2024, surgiram novas frentes. Uma das mais emblemáticas é o Marco, copiloto de vendas criado para apoiar os cerca de 5 mil corretores da empresa. “A diferença entre o corretor que vende muito e o que vende pouco é enorme. Criamos o Marco para nivelar esse conhecimento. Ele responde dúvidas sobre financiamento, produtos e ajuda com a suíte de vendas”, explica o executivo.
Qualquer pessoa pode acessá-lo, inclusive interessados em se tornarem corretores, o que também abriu um novo canal de recrutamento e democratizou o treinamento no setor.
Outra inovação foi o “Melhor Amigo da Obra” (MAO), copiloto voltado para engenheiros e profissionais da construção da MRV. Ele ajuda em tarefas práticas, como assentar um piso ou interpretar normas técnicas, facilitando o onboarding de quem está chegando às obras.
Susi e a missão do ESG acessível
Foi nesse ecossistema pujante que nasceu a Susi (Sustentabilidade Inteligente), fruto da colaboração entre as áreas de Sustentabilidade, Comunicação, Tecnologia e Inovação. Desenvolvida em apenas quatro dias usando o MIAG, a assistente está disponível gratuitamente via WhatsApp e traduz o denso Relatório Anual de Sustentabilidade (RAS), com mais de 200 páginas, em uma conversa leve e personalizada.
“A Susi é nossa iniciativa para democratizar o acesso ao ESG. Os relatórios estão cada vez maiores e menos acessíveis, mesmo para quem quer entender. Ela permite que investidores, estudantes e o público geral consigam interagir com esse conteúdo de forma prática e moderna”, afirma Sima.
Além de responder perguntas com linguagem adaptada ao perfil do usuário, ela aceita comandos por texto e áudio, opera mesmo em momentos de instabilidade de fornecedores e pode ser atualizada rapidamente com novas informações. “Tem menos de um mês de vida e já estamos monitorando interações e aprendizados com ela. O impacto em marca e reputação é enorme”, completa.
Lições aprendidas e novos rumos
A trajetória em IA trouxe aprendizado. Um deles é que IA precisa de propósito claro, revela Sima. “No início, criamos agentes para tudo, mas percebemos que sem um problema real, a IA vira distração”, reflete ele. Outros cuidados envolvem curadoria do conteúdo, construção de “guard rails” para evitar polêmicas e um processo sólido de homologação.
Com duas squads dedicadas exclusivamente à IA, a MRV trata a tecnologia como parceira do negócio, não substituta. “Queremos ajudar o colaborador a ser mais competitivo. É uma forma de aumentar a capacidade de entrega e abrir novas alternativas profissionais”, diz o diretor.
No horizonte, Sima enxerga um futuro em que a IA impulsiona a competitividade, a sustentabilidade e o desenvolvimento de pessoas. “Estamos conciliando tecnologia, negócio e impacto. Essa é a nossa proposta.”
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Fonte: https://itforum.com.br/noticias/da-mia-a-susi-mrv-ia-transformar-negocios-ti/