Nesta quinta-feira (24), o telescópio Hubble completa 35 anos de observações espaciais, trazendo diversos avanços na astronomia e mudando a maneira como nós observamos o espaço.
O instrumento foi lançado em 24 de abril de 1990, como uma parceria entre a Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) e a ESA (Agência Espacial Europeia) para entender melhor o Universo. Ele fica localizado a cerca de 515 quilômetros da Terra, em uma órbita considerada baixa, e já registrou mais de um milhão de observações ao longo dessas três décadas.
As imagens obtidas pelo telescópio já geraram mais de 21 mil estudos e 1,2 milhões de publicações fazem referência a essas primeiras. O Hubble já ajudou cientistas a determinar a composição atmosférica de planetas, descobrir mais sobre a energia escura e a entender o Universo como um todo.
Colocar o Hubble em órbita foi uma tentativa de driblar as dificuldades encontradas para observar o espaço com telescópios na superfície terrestre, já que a atmosfera de nosso planeta bloqueia alguns comprimentos de onda e torna as fotos espaciais menos nítidas.
Em órbita, o telescópio consegue evitar essas interferências e capturar imagens com mais detalhes e mais fiéis à realidade.
O futuro do Hubble
No ano passado, os cientistas responsáveis por manter o telescópio funcionando estabeleceram uma nova maneira de operar o equipamento para evitar defeitos de observação e garantir que ele siga funcionando pelo menos até a próxima década.
Tradicionalmente, o Hubble operava com seis giroscópios – ferramentas que determinam a direção para a qual ele aponta –, mas com vários deles apresentando defeitos de funcionamento ao longo do tempo, o telescópio interrompeu suas observações do universo diversas vezes ao longo de 2024. Por conta disso, a equipe da Nasa decidiu passar a operar o Hubble com apenas um giroscópio funcional e outro de reserva para ser acionado no futuro.
“Acreditamos que esta é a nossa melhor abordagem para dar suporte à ciência do Hubble nesta década e na próxima, já que a maioria das observações no espaço não serão afetadas por essa mudança”, disse Mark Clampin, diretor da Divisão de Astrofísica da Diretoria de Missões Científicas da Nasa, na época.
No entanto, a mudança vem com limitações.
O telescópio precisará de mais tempo para se deslocar e fixar nos objetos que está observando, o que reduz sua eficiência e flexibilidade – ou seja, ele conseguirá fazer menos observações num espaço de tempo.
A expectativa é de que o Hubble opere até meados da década de 2030, com suas observações cósmicas complementando o trabalho do Telescópio Espacial James Webb – lançado em 2021 – e de futuros observatórios que ainda não foram lançados.
“Não vemos o Hubble como estando em seus últimos dias e achamos que ele é um observatório muito capaz”, disse Patrick Crouse, gerente de projeto do Telescópio Espacial Hubble no Centro de Voos Espaciais Goddard da Nasa, em 2024.
*Com informações de Giovana Christ, da CNN
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Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/hubble-faz-35-anos-qual-sera-o-futuro-do-telescopio-que-mudou-a-astronomia/