Até pouco tempo, analisar os comentários abertos de uma pesquisa de mercado era uma tarefa demorada, feita manualmente por especialistas que liam, interpretavam e agrupavam as respostas em categorias. Era uma etapa crítica, e cara, do processo. Hoje, na HSR Specialist Researchers, esse trabalho ganhou uma nova dimensão com o uso de inteligência artificial (IA).
“Treinamos um modelo que entende o escopo do projeto e realiza essa codificação automaticamente. Isso gerou agilidade, reduzimos gargalos e conseguimos entregar os resultados enquanto a coleta ainda está em curso”, conta Michel Sinhoretti, sócio-diretor da HSR Tech.
O grupo, conglomerado independente de pesquisa de mercado, realiza mais de 50 projetos por mês e milhares de pesquisas por ano. Com atuação forte em setores como o automotivo e o bancário, a HSR vem consolidando sua posição não apenas pelo volume de projetos, mas por sua capacidade de inovação.
A chave está na combinação entre uma infraestrutura tecnológica robusta, com plataformas proprietárias, dashboards, IA e sistemas de coleta próprios, e um time de especialistas que traduzem tecnologia em estratégia.
Evolução do NPS e o papel da IA na jornada do cliente
Para além da automação de processos, a HSR também tem repensado como as empresas utilizam métricas consagradas, como o Net Promoter Score (NPS). “No início, o NPS é muito número, quase ingênuo. Muitas empresas começam a usar e comemoram scores altos, mas isso, isoladamente, diz pouco”, comenta Lucas Pestalozzi, sócio-diretor da Blend New Research, empresa member da HSR.
Ele explica que o verdadeiro valor do NPS aparece quando é aplicado em pontos específicos da jornada do cliente, permitindo entender dores em momentos distintos da experiência. “Na jornada, o mais importante é a evolução. Um NPS alto com pouca variação pode significar estagnação.”
Por isso, o cruzamento de dados do NPS com informações internas das empresas vem ganhando protagonismo. “A tendência forte é integrar dados para fazer análises mais profundas e relevantes para o negócio”, completa Pestalozzi.
Agentes especialistas e análise com tom humano
A automação é aliada, mas não substitui o toque humano, ela o potencializa, acreditam os executivos. Um exemplo são os agentes especialistas criados pela HSR. “Desenvolvemos internamente agentes dedicados a diferentes tarefas da pesquisa. Com isso, ganhamos produtividade sem renunciar à qualidade”, diz Wagner Pansani, diretor de Desenvolvimento da HSR Tech.
Para estimular respostas mais naturais nas pesquisas, os especialistas também vêm usando IA para sugerir perguntas com uma linguagem mais próxima das pessoas. “Isso ajuda a dar um tom mais humano à interação e a coletar comentários mais ricos, que aprofundam a análise e revelam nuances importantes da experiência do consumidor”, reforça Sinhoretti.
De dados a decisões
A filosofia que move a HSR é transformar dados em decisões com impacto real nos negócios. Isso exige mais do que tecnologia, exige estratégia. “Medir não é suficiente. É preciso interpretar e agir”, resume Wagner. Para ele, o ciclo de aprendizado nas empresas deve ser contínuo, e a pesquisa deve ser parte integrante da rotina estratégica, e não um evento pontual.
Fonte: https://itforum.com.br/noticias/ia-transforma-rotina-pesquisas-hsr/