A maioria absoluta (91%) dos executivos responsáveis por iniciativas de sustentabilidade em grandes empresas globais mantiveram ou aumentaram investimentos na transição para um modelo de emissões zero em 2024. De acordo com 56% dos entrevistados, a principal motivação para esses aportes é garantir a competitividade de longo prazo.
É o que revela o relatório anual Business Breakthrough Barometer, divulgado na segunda-feira (23) durante a London Climate Week. O estudo considera informações obtidas com mais de 300 líderes empresariais globais em sustentabilidade, que juntos representam US$ 2 trilhões em receita e presença em mais de 50 países.
O estudo foi desenvolvido por parceiros da World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), associação mundial de executivos criada no contexto da Rio 92 e que tem representantes de mais de 220 empresas. O objetivo é tornar os negócios mais sustentáveis e promover a transição para “limitar a crise climática, restaurar a natureza e enfrentar a desigualdade”.
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O estudo elenca seis setores para acelerar a transição: energia elétrica, transporte rodoviário, aço, cimento, edificações e hidrogênio – com a adição do setor de fertilizantes como área emergente de interesse em 2025. Juntos, segundo a entidade, esses setores são responsáveis por mais de 50% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE).
“O Brasil possui uma oportunidade única. A matriz energética majoritariamente limpa, o potencial de transporte eletrificado via biocombustíveis sustentáveis e eletricidade renovável, além de uma indústria de cimento e siderurgia com pegadas de carbono inferiores à média global, posicionam o país como um player estratégico para liderar a transformação sustentável desses setores”, diz em comunicado Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (ICS).
A executiva, no entanto, alerta que transformar esses fatores em vantagem competitiva global exige “uma estratégia proativa de investimentos, políticas públicas, inovação e engajamento do setor empresarial”.
Hora de agir
O relatório revela uma percepção entre líderes empresariais: 92% acreditam que o custo de não faz nada superará o custo da transição. Além disso, 61% das empresas já antecipam aumento de custos em 2025 devido aos impactos das mudanças climáticas. A ampla maioria dos entrevistados (96%) diz que é essencial que os governos também mantenham o compromisso com a meta de emissões líquidas zero.
No entanto, metade relata ter percebido uma queda na confiança no apoio governamental ao longo do último ano, revela o estudo.
“Investir em resiliência não é apenas uma questão ambiental – é uma decisão estratégica para proteger empregos, ativos econômicos e garantir previsibilidade para investimentos de longo prazo. O Brasil, com sua vantagem natural e industrial em setores de baixa emissão, pode liderar globalmente, desde que alinhe esforços públicos e privados para transformar risco climático em oportunidade competitiva”, diz Netto.
O estudo completo pode ser lido, em PDF e língua inglesa, nesse link.
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Fonte: https://itforum.com.br/noticias/investimentos-emissoes-zero/