Pure Storage aposta em mudança de paradigma para gestão de dados corporativos

A Pure Storage está redefinindo sua estratégia de mercado com uma abordagem que abandona o foco tradicional no armazenamento para priorizar o gerenciamento estratégico de dados. A mudança de paradigma surge em resposta ao principal gargalo que as empresas enfrentam na era da inteligência artificial: dados fragmentados em silos isolados que impedem o aproveitamento efetivo das novas tecnologias.

“É hora de parar de gerenciar o armazenamento e começar a gerenciar os dados”, afirma Charles Giancarlo, presidente e CEO da Pure Storage. A mudança de paradigma surge em um momento em que volumes de dados crescem exponencialmente impulsionados pela IA, mas infraestruturas tradicionais criam barreiras para acessar e usar essas informações.

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Silos de dados se tornam insustentáveis

Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil, explica que sistemas legados não conseguem mais atender às demandas da inteligência artificial. “O grande problema é que o legado não cresce. Não traz adaptação de novos conceitos de rede, comunicação, funcionalidade e, principalmente, crescimento e desempenho”, diz.

A fragmentação que antes era uma limitação técnica agora compromete aplicações de IA, que dependem de acessar dados de múltiplas fontes para machine learning. “Uma máquina antiga tem um teto de crescimento. Não se integra com outros ambientes para trocar dados”, complementa Godoy.

Sistemas antigos também comprometem o desempenho geral quando precisam conversar com novas aplicações de IA. “Isso impacta tanto em capacidade quanto em desempenho, além de questões de segurança”, observa o executivo.

Estratégia elimina complexidade de gestão

A estratégia da Pure Storage se baseia na criação de uma nuvem virtualizada de dados que unifica o controle sobre ambientes on-premises, nuvem pública e híbrida. O objetivo é transformar a gestão de múltiplos equipamentos em uma experiência simplificada através de um único painel de controle.

“Integrar todos os ambientes e equipamentos é um anseio do mercado desde sempre. Controlar vários equipamentos compondo toda a infraestrutura é de uma complexidade muito grande”, explica Godoy. A abordagem elimina a necessidade de gerenciar cada equipamento individualmente conforme SLAs que mudam constantemente.

A automatização se torna central na estratégia, eliminando operações manuais de provisionamento e migração que geram riscos e ineficiências. A empresa aposta em orquestração orientada por políticas e recursos de autoatendimento para reduzir erros humanos e aumentar a conformidade.

Modelo Evergreen sustenta estratégia de longo prazo

A estratégia da Pure Storage se apoia no modelo Evergreen, que permite atualizações tecnológicas contínuas sem obsolescência dos equipamentos. “Meu equipamento cresce adequadamente às necessidades que as novas tecnologias têm trazido”, explica Godoy.

O modelo elimina ciclos de substituição custosos e arriscados, permitindo que a infraestrutura evolua conforme surgem novas demandas de negócio. A abordagem se torna estratégica para empresas que precisam se adaptar rapidamente a mudanças de mercado, aquisições ou integração de novas tecnologias.

A estratégia também incorpora flexibilidade comercial, oferecendo tanto modelos tradicionais de capex quanto opções as-a-service baseadas em consumo efetivo. “Permite que o cliente tenha esse equipamento pagando pelo que efetivamente usa, quando precisa, podendo crescer e se atualizar o tempo todo”, detalha o executivo.

Mercado brasileiro ainda foca em redução de custos

Godoy observa que o mercado brasileiro tem diferentes níveis de maturidade para adoção de estratégias orientadas por dados. “Cada país acaba tendo níveis diferentes nesses investimentos. Aqui, vemos muito mais preocupação com redução de custo de aquisição em vez de melhoria de eficiência”, analisa.

O executivo identifica um gargalo de produtividade no país que se reflete na gestão de TI. “Muitos clientes estão mais preocupados com redução de custo do que geração de inovação e produtividade”, diz.

Na adoção de IA, empresas brasileiras ainda focam principalmente em aplicações de redução de custos, como chatbots para atendimento. “Normalmente está atrelado com redução dos custos de atendimento através de uma mecanização, em vez de fazer um atendimento diferenciado”, observa Godoy.

Estratégia de inteligência artificial embarcada

A empresa incorpora inteligência artificial diretamente em seus equipamentos como parte da estratégia de gestão autônoma. “Tenho hoje inteligência artificial embarcada no meu equipamento, oferecida para o cliente fazer uma gestão mais inteligente e eficiente da infraestrutura”, explica Godoy.

O AI Copilot funciona como assistente sempre ativo, fornecendo insights personalizados e diagnósticos automáticos. A estratégia visa aumentar a produtividade das equipes de TI através de automação inteligente, permitindo que gestores “gerenciem mais e melhor com menos recurso”.

A abordagem também inclui parcerias estratégicas com Rubrik e CrowdStrike para ampliar capacidades de segurança e detecção de ameaças. A integração automatiza processos de recuperação e análise de logs, reduzindo tempo de resposta a incidentes.

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Fonte: https://itforum.com.br/noticias/pure-storage-gestao-de-dados-corporativos/