A Sensedia iniciou os preparativos para viabilizar a portabilidade de crédito no Brasil por meio de APIs, com foco inicial no Crédito Pessoal Clean (CPC). A implementação está prevista para dezembro de 2025, conforme cronograma estabelecido pelo Banco Central (Bacen), e permitirá aos usuários transferirem operações de empréstimo entre instituições financeiras.
A empresa, que atua como consultora da Estrutura Inicial do Open Finance junto ao Bacen e é especializada em APIs e integrações, já desenvolve projetos para instituições financeiras neste segmento. A iniciativa está sendo implementada em São Paulo, onde a Sensedia mantém sua operação como consultora do Banco Central.
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“Atualmente, a solicitação de portabilidade já pode ser feita via registradora. Porém, como esse processo tende a ser demorado e complexo, os clientes acabam desestimulados a utilizarem o serviço. Com a chegada da portabilidade de crédito via Open Finance, a proposta é que os contratos de créditos já assinados possam ser migrados de instituição, por meio da jornada de consentimento de dados, em até três dias. Com isso, além de agilizar o processo, o mercado deve se tornar mais competitivo, incentivando a redução de taxas abusivas e beneficiando os usuários”, explica Natalia Cruz, head de Open Finance da Sensedia.
A primeira fase do projeto foca no Crédito Pessoal Clean, modalidade de empréstimo para pessoa física sem exigência de garantias. A implementação acontece gradualmente, com participação obrigatória para instituições credoras classificadas como S1 e S2, além daquelas com mais de 5 milhões de clientes.
Para as instituições proponentes, que receberão as operações transferidas, a adesão é voluntária. Quando uma instituição opta pela participação voluntária no compartilhamento de dados, todas as instituições do mesmo conglomerado também deverão participar do processo de portabilidade.
“Cabe ressaltar que as instituições do S3 a S5 também podem participar, porém, de forma voluntária e com reciprocidade, o que significa que se desejarem atuar como proponentes, também deverão atuar como credoras originais, compartilhando os seus dados”, afirma Cruz.
Após a implementação do CPC em dezembro, o próximo passo será incluir o consignado federal no sistema de portabilidade, com previsão para 2026. Ainda não foram divulgados detalhes sobre a experiência do usuário na interface das instituições financeiras, nem os requisitos técnicos específicos para instituições menores que desejarem participar voluntariamente.
“Com o aumento da competitividade entre as empresas que atuam neste mercado, certamente, sairão na frente não só aquelas que tiverem acesso aos dados dos usuários, como as melhores soluções e propostas para melhorar a jornada e experiência do consumidor em operações relacionadas ao crédito. Entretanto, para isso, o primeiro passo é contar com um ambiente tecnológico robusto e preparado tanto para atender à regulação atual, quanto aos novos produtos de crédito que certamente serão incluídos pelo regulador no futuro”, declara a executiva da Sensedia.
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Fonte: https://itforum.com.br/noticias/sensedia-prepara-portabilidade-credito-dezembro/