Escala 6×1: em Teresina, manifestantes pedem fim das jornadas exaustivas

Foto: Arquivo O Dia –

Integrantes de movimentos sociais e de sindicatos e grupos de trabalhadores se reuniram na Praça Rio Branco para declarar apoio à PEC que visa reduzir o número de dias trabalhados

Na manhã desta sexta-feira (15) centenas de manifestantes se reuniram na Praça Rio Branco, no centro da capital para apoiar a PEC que propõe o fim da escala de trabalho 6×1 (seis dias de trabalho, um de descanso). O projeto é de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e está gerando grande repercussão nas redes sociais, em razão da proposta afetar diversas classes trabalhistas. Durante o ato, movimentos de trabalhadores como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) declararam apoio à PEC, pediram o fim das jornadas exaustivas de trabalho e cobraram dos parlamentares um posicionamento favorável a tramitação do projeto no Congresso Nacional.

Odaly Medeiros, presidente da CUT, durante discurso. - (Antero Costa / O DIA)
Foto: Antero Costa / O DIA

Durante discurso, Odaly Medeiros (foto ao lado), presidente da CUT afirmou que a carga de trabalho excessiva adoece o trabalhador e diminui a produtividade.

“O Brasil tem uma jornada de trabalho muito alta entre todos os países do mundo. Tem muitos países em que as empresas continuam com muito lucro e com uma jornada melhor, mais humana. O trabalhador é e mais animado, tem mais tempo pra viver com a família e produz mais, porque não adoece. Porque aqui a jornada é tão excessiva que termina adoecendo o trabalhador e a trabalhadora. Posso dar o exemplo do setor financeiro. Hoje temos mais de 40% de adoecimento dos trabalhadores do ramo financeiro, tomando tarja preta. Ou seja qual é a produção que esse trabalhador traz para a empresa”, questionou Odaly.

Representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), uma das legendas que tem apoiado a PEC no Congresso, também estiveram presentes no ato. Estudiosos também estiveram presentes na manifestação. Fabíola Lemos, socióloga, afirmou que o ato ajuda as organizações sociais a dialogarem com os trabalhadores.

“O capitalismo se sustenta através das guerras e da exploração da classe trabalhadora. Para explorar, é preciso tirar da população a consciência da exploração, fazendo com que essa classe passe a aderir a narrativa da burguesia. Por isso, fica muito difícil mobilizarmos. Muitos dizem: ‘a gente não quer folga, a gente quer dinheiro, ficar rico’. Por isso é muito importante fazer o diálogo com a classe trabalhadora, vir a rua, aproveitar uma pauta como essa é importante para o trabalhador entender quem é que defende ele”, disse a socióloga.

Cresce a pressão popular pela aprovação da PEC

Eram necessárias 171 assinaturas para a PEC começar a tramitar na Câmara dos Deputados. No intervalo de dias, o número de deputados que endossaram a proposta subiu de 60 para cerca de 200. Para ser aprovada, precisa do voto de 308 dos 513 parlamentares, em dois turnos de votação.

De autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP), a proposta foi apresenta em 1º de maio deste ano inspirada no movimento VAT que, por meio de uma petição online, recolheu mais de 2,7 milhões de assinaturas a favor do fim da escala 6 por 1.

Só 4 dos 10 deputados piauienses assinaram

Dos dez deputados federais piauienses, seis ainda não se manifestaram sobre projeto de lei apresentado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) que propõe o fim da escala de trabalho 6 x 1, ou seja, a abolição da escala em que o profissional trabalha seis dias por semana e folga apenas um. Até agora, apenas os parlamentares Merlong Solano, Florentino Neto, Francisco Costa, e Flávio Nogueira, todos do PT, se posicionaram favorável à PEC.

Fonte: https://portalodia.com/noticias/teresina/escala-6×1-em-teresina-manifestantes-pedem-fim-das-jornadas-exaustivas-de-trabalho-420743.html