Paulo Freitas
A Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) passa a ser parceira regional estratégica da Energy & Environment Alliance (EEA), Sustainability Leadership Alliance, na força-tarefa internacional sobre Padrões de Sustentabilidade para Hotéis e Meios de Hospedagem.
A força-tarefa é uma iniciativa global liderada pelo setor estabelecida pela EEA para enfrentar a ausência de métricas de divulgação de sustentabilidade harmonizadas globalmente, financeiramente relevantes e específicas para o setor de hospitalidade. Com os riscos de sustentabilidade impactando diretamente a liquidez dos ativos, a resiliência operacional e a confiança dos investidores, esse trabalho acaba se tornando essencial para os investimentos do futuro.
O papel estratégico do Brasil na transição global da hotelaria
A participação da BLTA reflete o compromisso crescente do setor de Turismo de luxo brasileiro em contribuir para padrões de sustentabilidade globalmente relevantes e informados pela realidade local. O alinhamento da BLTA com a força-tarefa destaca a importância de incorporar a sustentabilidade no centro dos investimentos, da governança e das operações.
“Ser convidada a integrar a força-tarefa é uma honra e um sinal de confiança no potencial de liderança do Brasil”, afirma Camilla Barretto, CEO da BLTA. “Reforça nossa responsabilidade de ajudar a moldar o futuro do Turismo de luxo em consonância com os limites planetários e a criação de valor de longo prazo para as comunidades, a cultura e o capital”, complementa.
Luciano Caribé, que integra o Conselho Fiscal da BLTA, acrescenta: “Essa colaboração confirma nosso alinhamento estratégico com a EEA e destaca o papel central da sustentabilidade na missão da BLTA de posicionar o Brasil como referência em hospitalidade regenerativa.”
Por sua vez, Roberto Klabin, presidente do Conselho da associação, afirma: “Essa iniciativa faz com que o nosso programa de desenvolvimento de critérios de sustentabilidade contribua para a adequação dos nossos associados a essa nova necessidade do mercado. Além disso, é mais um passo na nossa governança no sentido de procurarmos nos aprimorar, auxiliando nossos associados no caminho do enfrentamento às mudanças climáticas em um processo em que todos os hotéis e empreendimentos invistam na sua resiliência. Este sistema que estamos adotando permitirá enveredar definitivamente por esse caminho”.
Desafios do setor de hospitalidade
O setor de hospitalidade enfrenta uma convergência de pressões climáticas, de recursos e regulatórias. Com o aumento de enchentes, secas, instabilidade no trabalho e mudanças nas expectativas dos consumidores, a resiliência dos ativos hoteleiros dependerá da forma como esses fatores são divulgados de maneira transparente e confiável.
Por isso, a EEA — que representa mais de € 360 bilhões em ativos de hotelaria e hospedagem — convocou essa força-tarefa para codesenhar padrões de reporte alinhados com os Padrões de Divulgação de Sustentabilidade do IFRS (IFRS S1 e S2), com a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa da União Europeia (CSRD) e com marcos internacionais de governança financeira.
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“Não se trata de um esforço de lobby”, afirma Ufi Ibrahim, CEO da EEA. “Estamos desenvolvendo infraestrutura para permitir que o capital se mova com mais rapidez, confiança e competitividade em um mundo com restrições climáticas e liderado por regulamentações”, destaca.
O trabalho da força-tarefa está sendo conduzido em total alinhamento com o International Sustainability Standards Board (ISSB) e em consulta com reguladores, mercados e investidores internacionais. O objetivo é entregar uma base global para divulgações de sustentabilidade específicas para a hotelaria, fundamentadas na materialidade financeira e em dados úteis para a tomada de decisão.
Para garantir legitimidade e ampla adoção, o processo de consulta é global, transparente e inclusivo. Parceiros regionais como a BLTA ajudam a reunir participantes do mercado em diferentes geografias e modelos operacionais — desde ecoresorts boutique até grandes redes hoteleiras globais.
Como parte da Fase 1, a EEA e seus parceiros estão organizando mesas-redondas regionais, encontros com investidores e consultas multissetoriais na Europa, África, Oriente Médio, Américas e Ásia-Pacífico. A consulta pública sobre o rascunho dos padrões será aberta no terceiro trimestre de 2025, com duração de 90 dias. Os resultados finais serão submetidos ao IFRS/ISSB em 2026, seguidos pela licença da EEA para adoção global no setor.
“Esses padrões serão dinâmicos, revisados regularmente e desenvolvidos para atender tanto aos mercados financeiros quanto às realidades operacionais”, acrescenta Ufi. E complementa: “Nosso objetivo é preparar o setor de hospitalidade para o futuro, garantindo que ele possa atrair capital, cumprir regulações e contribuir de forma significativa para as metas climáticas e de sustentabilidade globais.”
Fonte: https://www.panrotas.com.br/viagens-de-luxo/parcerias/2025/06/blta-se-torna-parceira-regional-da-energy-environment-alliance-eea_218641.html