PANROTAS / Karina Cedeño
Presente na inauguração da rota da Azul entre Campinas e Madri, realizada na última semana, o diretor de Aeroportos da Azul, Diogo Youssef, falou sobre os diferenciais da companhia aérea no que se refere à malha, conectividade e também aos modelos de aeronaves utilizados, enfatizando que são estes fatores que destacam a transportadora em relação às concorrentes.
“É interessante observar que, quando você olha para o ASK (Available City Kilometer), quase 80% dos assentos ofertados pelas outras companhias aéreas estão no triângulo Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro. A gente é quase o inverso e isso é uma estratégia de negócio. Operamos em aeroportos como Viracopos (SP), Confins (MG) e Recife, que são os nossos hubs, porque isso nos diferencia das outras transportadoras”, comenta Youssef.
Ele destaca que a Azul não faz sobreposição de rotas, mas sim, liga grandes centros. “Claro que temos voos entre São Paulo e Recife, por exemplo, mas as rotas vêm muito mais no sentido de alimentar os nossos hubs e conectá-los com o mundo e com destinos dentro do Brasil. E é assim que gente consegue levar o cliente de Ji-Paraná, em Rondônia, a Madri”, comenta.
Variedade de aeronaves se torna uma vantagem
Diogo Youssef fala sobre os diferentes tipos de aeronaves utilizados pela companhia aérea, o que permite testar novos mercados e atender a diferentes tipos de demandas, enquanto outras companhias usam o mesmo modelo de avião para operar todas as rotas. “Temos os Caravans de nove lugares, os ATRs que são de 70 lugares, os Embraer que são de 120 a 140 lugares, os A320 de 174 lugares, os A321 que são 230 lugares e os A330 com 300 lugares”. A variedade de aeronaves, inclusive, favoreceu a Azul no momento de retomada pós-pandemia.
“Naquele momento era muito difícil para uma companhia aérea reabrir um mercado com um avião grande, porque ela tinha que garantir que ele ficasse cheio. E nós fomos a única companhia que teve a possibilidade de reabrir um mercado usando primeiro um avião de nove lugares. E aí vimos que começou a ter a resposta à demanda e mudamos para um ATR. Tem base que foi do Caravan ao A320, ou seja, de nove lugares a 174 lugares de voo diário, e assim fomos readaptando a nossa malha naquele período”, conta.
E no momento atual, qual é a estratégia da Azul? “Ser mais fortes onde já temos força. Há muita gente veiculando que diminuímos a malha ou a quantidade de aeronaves, mas estamos redesenhando a malha para sermos mais fortes. A maior prova disso é que, ao olhar para os nossos hubs, o número de voos chega até a aumentar e não diminuir. E isso faz parte de um processo natural da Azul, de ir modelando a malha onde faz mais sentido. Esse fator é favorecido pela nossa flexibilidade, que muitas vezes o concorrente não tem, de testar o mercado, de colocar aeronaves onde tem demanda e atendê-la nos caminhos onde ela vai surgindo, lembrando que ela muda toda hora”, afirma o executivo.
Chapter 11: reorganização para se tornar mais forte
Ao comentar o impacto do Chapter 11 nas operações da companhia e nos aeroportos, Youssef assegura que se trata de um processo de reorganização para que a companhia aérea saia mais forte.
“O Chapter 11 é um processo totalmente financeiro, jurídico e que está acontecendo dentro das instâncias da Corte dos Estados Unidos. Ele impacta a questão de contas e reorganização, só que é justamente nessa reorganização que a gente vai encontrar fortaleza. Há outros exemplos, no mundo inteiro, de empresas que entram no Chapter 11, se organizam e saem. O processo que a Azul está fazendo agora é de reorganização. Não tem nenhum impacto direto na operação. A operação segue forte, crescendo”, conclui o diretor de Aeroportos da Azul.
O Portal PANROTAS viajou a convite da Azul, com proteção GTA.
Fonte: https://www.panrotas.com.br/aviacao/empresas/2025/06/flexibilidade-como-fator-de-diferenciacao-veja-a-estrategia-da-azul-para-se-destacar%C2%A0_218647.html