Marjori Schroeder alerta pra desafios Turismo aventura

Divulgação

Marjori Schroeder, sócia e CEO da Imaginadora

A morte da publicitária Juliana Marins, durante trilha na Indonésia, acende um alerta sobre os desafios do Turismo de aventura. Em artigo, Marjori Schroeder, sócia e CEO da Imaginadora, jornalista e pós-graduada em Marketing e com formação em estratégias digitais para promover produtos e destinos, defende que o desejo legítimo de explorar o mundo deve ser amparado por estruturas seguras, profissionais capacitados e protocolos eficazes.

Confira!

O direito de explorar o mundo — e o dever de garantir experiências seguras

“A morte da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, numa trilha no vulcão Rinjani, em Lombok (Indonésia), nos confronta com um dilema urgente do turismo contemporâneo: como garantir que mais pessoas possam realizar o sonho de explorar o mundo com liberdade — e com segurança?

O turismo de aventura tem crescido em popularidade, especialmente entre os jovens que buscam experiências autênticas, contato com a natureza e conexão com culturas diversas. E isso é algo positivo. Viajar é um direito legítimo, um exercício de autonomia, curiosidade e transformação. Mas esse direito precisa ser sustentado por estruturas adequadas, informação acessível e responsabilidade compartilhada.

Como profissional que atua há anos na promoção de destinos turísticos, acredito que tragédias como essa não devem ser usadas para desencorajar o desejo de conhecer o mundo, mas sim para acelerar mudanças que garantam experiências mais seguras e preparadas. Destinos que se propõem a receber viajantes para trilhas, montanhas, mergulhos ou qualquer atividade de maior risco devem oferecer sinalização clara, guias qualificados, canais de informação em diferentes idiomas e protocolos eficientes de resgate e atendimento.

Juliana representa uma geração de viajantes que não espera a hora “certa” para viver. Ela atravessava fronteiras com coragem e entusiasmo, motivada pelo desejo legítimo de se conectar com o mundo, de aprender com outras culturas, de colecionar memórias. Sua jornada não era imprudente — era inspiradora, como são tantas jornadas solitárias feitas por jovens mulheres pelo mundo.

O que comove nesse fato não é apenas a tragédia em si, mas o contraste entre a potência da sua escolha e a fragilidade da estrutura que a cercava naquele momento. Ela confiava — como tantos de nós — que o mundo estava pronto para recebê-la. E é justamente por isso que temos, como setor, o dever de construir um turismo que honre essa confiança. Que reconheça a coragem dos viajantes e responda a ela com cuidado, profissionalismo e preparo.

É fundamental que os destinos invistam seriamente na formação e capacitação de seus guias locais. Profissionais preparados fazem toda a diferença na prevenção de acidentes, na tomada de decisões em momentos críticos e na construção de experiências mais acolhedoras e educativas. Eles são a linha de frente do turismo seguro e, muitas vezes, os primeiros a agir em situações de emergência. Capacitar esses profissionais não é apenas uma medida técnica — é um compromisso ético com a vida e com a qualidade da experiência turística oferecida.

Juliana, como tantos outros, queria viver intensamente o mundo. Que sua memória nos mobilize não pelo medo, mas pela responsabilidade. Para que mais pessoas, em todos os cantos do planeta, possam seguir viajando com liberdade, confiança e suporte. Porque explorar o mundo deve ser um direito de todos — nunca um risco solitário”.

Fonte: https://www.panrotas.com.br/mercado/opiniao/2025/06/marjori-schroeder-alerta-para-os-desafios-do-turismo-de-aventura-leia-o-artigo_218891.html