Sabre aposta em parceria com Jazz Tech para pagamentos

O Sabre recentemente deu um passo importante para transformar a forma como agências de viagens brasileiras lidam com pagamentos. A empresa anunciou a a parceria com a Jazz Tech, integrando as funcionalidades da fintech Sabre Direct Pay (SDP), o que promete simplificar operações financeiras, acelerar liquidações e reduzir custos cambiais.

Desenvolvido especificamente para o setor de Turismo, o Sabre Direct Pay é um hub de pagamentos que centraliza emissão, processamento, conciliação e relatórios em um único lugar. A solução se destaca pela automação e acesso a múltiplos emissores e métodos de pagamento — tudo por meio de uma só conexão.

“Enquanto sistemas tradicionais como o BSP [Sistema de Faturamento e Liquidação da Iata] podem levar até sete dias para liquidar os pagamentos, com o Sabre Direct Pay é possível concluir o processo em um ou dois dias úteis”, destaca o diretor geral do SDP, Patricio Boccardo.

Segundo o executivo, isso representa um ganho direto no fluxo de caixa dos fornecedores e melhora a relação comercial entre agências e parceiros.

Funcionalidades sob medida

O SDP oferece um ecossistema completo de pagamentos, com destaque para:

• Cartões virtuais com emissão local e global;
• Conciliação automatizada;
• Dados enriquecidos por transação;
• Dashboards de relatórios em tempo real;
• Integração com o Sabre Red 360 e APIs próprias;
• Soluções white label e consultoria especializada.

Além disso, a arquitetura foi desenhada para escalar de acordo com o crescimento do negócio, tanto em volume quanto em complexidade operacional.

Diferencial da Jazz Tech no Brasil

Com a nova parceria, as agências brasileiras poderão emitir cartões virtuais em reais, com conformidade total com a regulação local e sem fricções cambiais. A Jazz Tech, apoiada pelo Banco Arbi, atua com tecnologia cloud-native e arquitetura API-first, o que garante estabilidade e integração facilitada para empresas de todos os portes.

“O Brasil é um dos mercados mais avançados em fintech, mas as agências de viagens ainda operavam com sistemas desalinhados com essa realidade. Com a Jazz Tech, isso muda”, afirma Boccardo.

Benefícios para o trade e usuário final

• Na prática, a nova infraestrutura permite:
• Eliminação da conversão de moedas nas transações;
• Pagamentos mais rápidos e rastreáveis;
• Redução de erros manuais;
• Maior controle de risco com cartões virtuais configuráveis por valor, fornecedor e data.

Embora os benefícios para o viajante final sejam indiretos, são relevantes: agências com operações mais fluidas conseguem dedicar mais foco ao atendimento, às reservas e à resolução de problemas com agilidade.

Solução casa com momento do setor

Dados da PhocusWire mostram que 29% das agências da América Latina enfrentam prazos de liquidação superiores a 14 dias em pagamentos com cartão — o que compromete a liquidez e encarece operações. O SDP, integrado à Jazz Tech, atende a essa demanda reprimida no mercado brasileiro.

“O setor de Turismo não pode mais operar com uma arquitetura de pagamentos que parece ter parado em 2005. As margens são estreitas, a regulação é rígida e o cliente espera fluidez”, reforça.

Pagamentos em viagens: o que vem por aí?

A empresa projeta um futuro com orquestração inteligente dos pagamentos, combinando emissão, liquidação, dados e conciliação em uma única interface. Modelos como Pay by Bank, carteiras digitais e BNPL (buy now, pay later, compre agora e pague depois) devem ganhar espaço, principalmente entre OTAs e agências com margens apertadas.

Na Europa, por exemplo, a integração da Trustly com o SDP já mostra resultados: em janeiro de 2025, houve um aumento de 230% no uso de Pay by Bank por viajantes britânicos.

A expectativa é que a América Latina siga caminho semelhante, com suporte de parceiros como a CellPoint Digital, que viabilizam pagamentos em tempo real adaptados a cada mercado.