Tragédias no Turismo de aventura: Abeta cobra normas

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Abeta se posiciona sobre os recentes acidentes no Turismo de aventura

As recentes tragédias com balões de ar quente e a morte de Juliana Marins na Indonésia, assim como os casos de stand up no Rio de Janeiro, entre outros, são, mais uma vez, um alerta para a necessidade urgente de profissionalização para garantir a qualidade, a segurança e a sustentabilidade desse crescimento.

A informalidade, a ausência de mão de obra especializada e a falta de fiscalização para seguimento das normas técnicas definidas pela lei – e, muitas vezes, o desconhecimento completo destas – costumam ser a regra no ecoturismo e no Turismo de aventura, afirma a vice-presidente da Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), Fernanda Dornelles.

Segundo ela, apenas uma minoria de operadores e agências se comprometem com as boas práticas, as exigências legais e as normas da ABNT.

“É preciso suprir a ausência de políticas públicas mais contundentes e de uma pressão mais estruturada do mercado nacional, para que essas boas práticas deixem de ser diferenciais e passem a ser exigências amplamente disseminadas entre as operadoras, contratantes e destinos”, diz.

Diante disso, a Abeta se posicionou sobre os acidentes recentes no Turismo de aventura. Confira o comunicado completo a seguir.

“A Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) manifesta pesar em relação às recentes tragédias envolvendo balões de ar quente, em Boituva (SP) e Praia Grande (SC), e no caso da brasileira Juliana Marins, na Indonésia, e se solidariza com familiares e amigos das vítimas. Juliana realizava uma trilha em um vulcão na Indonésia quando sofreu uma queda e permaneceu por quatro dias aguardando resgate. Situações como essa reforçam a importância da segurança em atividades turísticas em ambientes naturais remotos e da preparação para uma resposta rápida e eficiente em caso de acidentes.

Desde 2003, a Abeta atua pela qualificação e pela promoção da segurança no turismo de natureza no Brasil. Por meio do Programa Aventura Segura — realizado em parceria com o Ministério do Turismo, o Sebrae Nacional e apoio da ABNT — contribuímos para o desenvolvimento de mais de 40 normas técnicas da ABNT, incluindo a ABNT NBR ISO 21101 – Sistema de Gestão da Segurança, prevista em legislação nacional para as atividades de turismo de aventura.

Atualmente, o balonismo turístico no Brasil ainda não conta com regulamentação técnica específica. As regras em vigor se referem ao balonismo desportivo, sob responsabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A Abeta participa de discussões junto ao Ministério do Turismo com o objetivo de apoiar a construção de normativos adequados para esta atividade.

A inexistência de regras técnicas específicas para o balonismo turístico, associada a lacunas na fiscalização e à atuação de operadores não formalizados, contribui para o aumento dos riscos.

A Abeta reitera que não se posiciona contra o balonismo ou outras atividades de turismo de aventura. Defendemos que sejam praticadas com segurança, responsabilidade e respeito às normas, com base em três pilares: capacitação, normalização técnica e fiscalização eficaz.

Esse é o caminho que a Abeta acredita e vem trilhando para inspirar a construção de um Turismo Brasileiro de Natureza que seja Seguro, Sustentável e Responsável.”

Fonte: https://www.panrotas.com.br/destinos/alternativo/2025/06/tragedias-no-turismo-de-aventura-abeta-cobra-normas-tecnicas-e-fiscalizacao_218953.html