Ibovespa avança com retomada de posições após quatro quedas seguidas; dólar recua

O Ibovespa avançava nesta quarta-feira (4), reagindo após quatro quedas seguidas e descolando do viés negativo de praças acionárias no exterior, com Embraer e Petz entre os destaques positivos, enquanto Azul figurava entre as poucas quedas.

É natural que após um movimento de queda, investidores busquem retomar posições a preços mais baratos. Além disso, impulsiona a imagem das ações brasileiras um relatório do Bank of America (BofA), que melhorou sua visão para compra dos papéis nacionais.

Por volta de 15:30, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,42%, a 136.255,48 pontos, após perder mais de 2% nos últimos quatro pregões.

Enquanto isso, o dólar recuava 0,21%, cotado em R$ 5,6339.

Nesta quarta, os investidores se dividem entre acompanhar a aversão ao risco no exterior em meio a novas preocupações com a desaceleração da economia dos Estados Unidos, e aproveitar fatores locais positivos à moeda brasileira.

Nesta manhã, os mercados globais operavam sob novos temores em relação a maior economia do mundo, após um indicador sobre o setor industrial dos EUA registrar resultado abaixo do esperado na terça-feira e reforçar o diagnóstico de uma tendência contracionista nesta área da economia norte-americana.

Os números provocaram uma onda de aversão ao risco na véspera, derrubando os principais índices de Wall Street e gerando uma busca por ativos mais seguros, o que no mercado de câmbio representa uma fuga de divisas emergentes.

O real, e seus pares emergentes, ainda eram pressionados pelos preços de commodities, como o minério de ferro e o petróleo, uma vez que também pioram as perspectivas para a economia da China, maior importador de matérias-primas do planeta.

“Para a sessão de hoje, não é esperado menos do que aconteceu ontem, justamente pela aversão global a riscos, elevada ainda por grande tombo do setor de tecnologia nos EUA”, disse Marcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX Banco de Câmbio.

No cenário nacional, por outro lado, o mercado ainda digeria dados acima do esperado para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, divulgados pelo IBGE na terça-feira, que evidenciaram o aquecimento da atividade econômica e ampliaram as perspectiva de alta na taxa Selic neste mês.

Segundo analistas, o crescimento do PIB no segundo trimestre de 1,4% em relação ao trimestre anterior fornece espaço para que o Banco Central seja mais restritivo em seu enfrentamento da inflação, que tem se distanciado do centro da meta de 3% em leituras recentes.

“O PIB veio mais forte do que o esperado e deixou mais forte a precificação de uma possível alta de juros”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

“A atividade econômica pode fazer a inflação disparar um pouco mais do que se espera. A forma que o Banco Central tem de conter esse determinado momento é realizando um ciclo de alta”, completou.

Na visão de analistas do Itaú BBA, após a queda da véspera, o Ibovespa está próximo ao suporte em 133.800 pontos, que se for perdido abrirá espaço para uma realização de lucros mais acentuada, conforme relatório Diário do Grafista.

“Neste caso, o próximo suporte está em 131.800 pontos – patamar que mantém o índice em tendência de alta no curto prazo”, afirmaram, acrescentando que, do lado da alta, a máxima de 137.469 pontos fica como referência para os próximos dias.

“O Ibovespa segue com cenário de alta e os próximos objetivos estão em 141.000 e 150.000 pontos.”

Em Wall Street, as bolsas abriram em queda, seguindo o tom dos pregões na Europa e Ásia, em meio a novas preocupações sobre a saúde da economia dos Estados Unidos enquanto aguardam dados do mercado de trabalho, principalmente os de sexta-feira (6).

Com informações de Reuters

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/mercado/hoje-4-setembro-2024/