Servidores públicos federais de diversas categorias, como profissionais de ensino, áreas de saúde, técnicos administrativos, funcionários da Receita, do Banco Central, e demais órgãos federais, realizam nesta quarta-feira (3) mais um dia nacional de mobilizações e paralisações, organizado pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), contra a proposta de reajuste zero do governo.
Hoje, alguns segmentos já deflagraram greve por tempo indeterminado, como os servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica. Os servidores técnicos administrativos em educação iniciaram a paralisação no dia 11 de março e, no dia 15 de abril, os docentes das universidades, liderados pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), também entram em greve.
Hoje pela manhã, convocados pelo Fonasefe, os servidores protestaram em frente ao prédio do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), em Brasília. Portando faixas e cartazes, os trabalhadores discursaram se dirigindo diretamente à ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, para cobrar uma resposta efetiva do governo na Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP). “0% de reajuste não dá! Os servidores amargam perdas salariais desde o governo Temer. Por isso, a única saída é intensificar as mobilizações”, afirmaram as lideranças sindicais.
Os servidores cobram reajuste salarial ainda este ano, com recomposição que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, além da reestruturação das carreiras. O governo, porém, propõe a revisão nos salários a partir do próximo ano, com reajuste de 9% dividido em dois anos: 2025 e 2026.
O funcionalismo também quer a revogação dos “retrocessos” do governo Bolsonaro, como portarias, instruções normativas, decretos administrativos e outras ações que atingiram os servidores e o serviço público federal. “As negociações com o governo por recomposição salarial se arrastam há oito meses. O funcionalismo federal tem se mostrado aberto a negociar, mas o governo insiste em congelar os salários por mais um ano”, afirma o Fonasefe.
“Com este ato público, queremos demonstrar para o governo a nossa insatisfação, especialmente quando consideramos a disparidade no tratamento dado aos servidores do Legislativo e do Judiciário. Historicamente, os servidores do Executivo têm os menores reajustes, e essa disparidade vem aumentando ano a ano. O governo precisa reconhecer o nosso valor e reverter esse quadro. Para isso, o reajuste do vencimento básico também este ano é fundamental”, afirmou a vice-presidente do Sindifisco Nacional, a auditora-fiscal Natália Nobre, durante a manifestação em Brasília na manhã desta quarta-feira.
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