‘Não vejo excesso com facilidade na Lava-Jato’, diz Sergio Moro sobre a operação

O senador Sergio Moro (União-PR) declarou durante entrevista para o Podcast Diário do Poder, no último domingo (14), que mantém a consciência tranquila pela imagem que a Operação Lava-Jato, liderada por Moro, marcou a população brasileira. 

“Tenho a consciência tranquila que a lava-jato no imaginário das pessoas representa o momento em que o Brasil rompeu com a impunidade da grande corrupção”, afirmou Moro. O senador diz ainda que as pessoas presas pela Lava-Jato tiveram a punição por crimes concretos, “desvio de dinheiro”. 

A declaração foi dada após o senador ser questionado sobre as acusações de “excesso” de impunidade e prisões feitas pela Lava-Jato. Moro afirma que não viu ninguém que tenha sido condenado na Lava-Jato que depois tenha sido inocentado no mérito. “O que existe é um revisionismo em cima de formalidades, muitas vezes com o Supremo (Supremo Tribunal Federal) alterando o seu entendimento anterior mandando o caso para a Justiça eleitoral, alterando a competência de Curitiba e criar essa fantasia da suspensão que não existiu”. 

Moro conclui que não “vê esses excessos com facilidade” na operação de 2014 a 2021.

Acalmar os ânimos 

Na visão do senador, valeria tentar diminuir “um pouco a temperatura política” entre os Três Poderes, mas principalmente com o excesso de protagonismo que está tendo o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Para Moro, o STF deveria dar mais espaço para o “outro lado da rua”, visto que os deputados e senadores são trocados a cada quatro anos pela população brasileira e os ministros do Supremo não. Mas ressalta que os “deputados e senadores não são melhores que os ministros”. 

“O próprio ministro Barroso disse esses dias, convém o Supremo se recolher, mas não no sentido de se apagar. O Supremo é uma instituição fundamental para a democracia mas talvez deixar o protagonismo mais entregue para a política”