Petista José Dirceu volta ao Congresso após 19 anos

O ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado federal petista, José Dirceu, voltou ao Congresso Nacional nesta terça-feira (02) após ficar 19 anos sem pisar na Casa.

O político participou de uma sessão especial do Senado para celebrar a democracia brasileira.

A volta do petista ao local veio por um convite feito pelo líder do governo Lula no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Dirceu lembrou de quando foi cassado pela Câmara em 2005, e afirmou que “quase não aceitou o convite”.

“Quase não aceitei, porque desde o dia da madrugada de 1º de dezembro [de 2005], quando a Câmara dos Deputados cassou meu mandato, que o povo de São Paulo tinha me dado pela terceira vez, eu nunca mais voltei ao Congresso Nacional”, disse o político na abertura do discurso.

Dirceu foi condenado em 2012 pelo ‘Mensalão’ a 7 anos e 11 meses de reclusão, além de multa. Ele foi preso em 15 de novembro de 2013.

No final de 2014, foi autorizado a cumprir o restante da pena em sua própria residência. A pena do ex-ministro no mensalão foi extinta em outubro de 2016. Ele também ficou preso no âmbito da Operação Lava Jato.

O que disse José Dirceu no discurso de hoje:

Dirceu criticou a atuação das Forças Armadas em decisões políticas e a participação de militares no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Há um elemento que precisa ser recordado aqui, que é o papel dos militares, das Forças Armadas. É preciso, e o STF já adotou uma decisão que não há poder moderador. O artigo não dá às Forças Armadas nenhum papel político. Não estamos em um império, estamos em uma república democrática. Não basta a despolitização e a volta aos quartéis, porque isso aconteceu em 1988. Porque depois de 30 anos os militares voltaram a organizar, apoiar uma candidatura, e depois constituir um governo praticamente cívico-militar. Vamos lembrar que a maioria do Estado Maior do Exército foi para o governo Bolsonaro”, afirmou.

Histórico de Dirceu na política:

O petista foi deputado estadual do Estado de São Paulo de 1987 a 1991, e também deputado federal por 2 mandatos, (1991 a 2005). Na segunda legislatura, foi ministro da Casa Civil de 2003 a 2005, durante o ‘Lula 1’.

O político foi ainda presidente do PT de 1995 a 2002.