À CNN, Campos Neto se define como “liberal liberal” e critica polarização

Presidente do Banco Central (BC) durante os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Lula, Roberto Campos Neto criticou os efeitos da polarização para a economia e política brasileira em entrevista à CNN. Sobre suas convicções, se definiu como um “liberal liberal”, que disse ser “um animal quase extinto”;

“‘Liberal liberal’ hoje você encontra poucos. De vez em quando eu encontro alguns. Diria até que sou um pouco mais conservador, nos costumes, do que liberal, mas não conservador na forma como a gente viu o governo [anterior]”, disse.

Sobre seu futuro após deixar a cadeira — ele está a cerca de seis anos na posição máxima da política monetária — Campos Neto disse que ainda não decidiu a quais tarefas vai se dedicará quando deixar o cargo. “Ainda não sei. Quero focar no BC até o fim e dar uma descansada depois. Quero fazer uma transição suave”, afirmou.

Durante a entrevista, Campos Neto comentou uma série de temas relacionados à economia brasileira: fiscal, inflação e crescimento econômico. Mas afirmou que aquilo que lhe tira o sono é a perda de talentos que o país sofre.

“O que me faz perder o sono é ver as grandes mentes, os jovens brasileiros querendo ir para fora, as pessoas ricas brasileiras indo morar em outro lugar, ver a gente desperdiçar talentos. O que me tira meu sono é as pessoas não acreditarem”, disse.

Ao se definir como “otimista”, o presidente do BC destacou avanços realizados pelo país nos últimos anos, com menções, por exemplo, as reformas implementadas.