Dólar dispara a R$ 5,25 e Ibovespa recua com incertezas fiscais e juros dos EUA no radar

O dólar dispara na manhã desta terça-feira (16), estendendo os ganhos depois de na véspera já ter atingido um pico de encerramento em mais de um ano, com investidores ainda repercutindo temores sobre o Federal Reserve e o tema fiscal no Brasil.

Ás 10h25, a moeda americana subia 1,26%, cotada a R$ 5,25, valor mais alto do que o visto na abertura das negociações, quando o dólar era cotado a R$ 5,2115 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,45%, a R$ 5,218.

Já a bolsa paulista recuava nos primeiros negócios, além dos temas fiscais e de juros nos Estados Unidos, o dia deve ser marcado por novos sinais sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em data carregado de falas de dirigentes e do próprio chair, Jerome Powell.

No mesmo horário, o Ibovespa perdia 0,55%, a 124.641,54 pontos.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1835 na venda, em alta de 1,21%, maior valor de fechamento desde 27 de março de 2023.

Além de dados do exterior que afetaram a perspectiva sobre os juros nos EUA, no cenário doméstico os investidores receberam com pessimismo a notícia de que o governo federal reduziu a meta fiscal de 2025 para um déficit zero.

A meta é diferente da estipulada no arcabouço fiscal aprovado no ano passado, que previa um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem.

O novo regime fiscal, entretanto, tem uma margem de tolerância de 0,25% do PIB para mais ou menos, que já indicava uma flexibilização do que foi firmado no ano passado.

O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 gerou ceticismo entre analistas e incertezas com relação à possibilidade de entrega dos números previstos pelo Ministério do Planejamento.

Nesta terça, o mercado apontou uma perspectiva de menor afrouxamento monetário neste ano, de acordo com o boletim Focus. A mediana das projeções aponta para a taxa básica de juros a 9,13% no final deste ano, primeiro aumento depois de 15 semanas apontando a Selic a 9%.

Para 2025 a taxa segue sendo calculada em 8,50%.

A mudança vem na esteira de alertas do BC sobre o cenário de aumentos de preços, apontando maior preocupação com uma possível pressão de salários e citando maior incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica.

*Com informações de Reuters

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/mercado/hoje-16-abril-2024/