Popular nos EUA, moradia compartilhada para classe B é aposta do setor no Brasil

Popular em países como os Estados Unidos, Canadá e Dinamarca, o modelo de contrato de aluguel residencial conhecido como multifamily (multifamília, na tradução livre do inglês) ganha força no Brasil.

O multifamily pode ser definido como um complexo residencial com várias unidades habitacionais. Nele, todos os apartamentos ou casas pertencem a um único proprietário, geralmente uma empresa que destina as unidades para locação.

O formato de aluguel, que também é uma vertente de investimento imobiliário, foi um dos temas de discussão do 1º Inter Real Estate Day, realizado em São Paulo nesta quarta-feira (17).

A Brookfield incorporadora, que já atua no segmento norte-americano, começou a operar a modalidade no Brasil em 2021 com foco em clientes da classe B.

Segundo André Lucarelli, Senior Vice President Investments da Brookfield, até o fim desse ano, a previsão é de terem cerca de 1.800 unidades em operação espalhadas nas cidades de São Paulo, Campinas, Curitiba, na grande Salvador e região metropolitana de Belo Horizonte.

“Fechamos a aquisição de 2 mil unidades na cidade de São Paulo e Rio de Janeiro, que estão distribuídas em oito projetos que serão entregues até o ano de 2026”, disse.

O executivo da Brooksfield revelou que a companhia tem hoje cerca de 7 mil unidades contratadas.

O setor possui atualmente 14,5 milhões de unidades distribuídas nas 62 maiores áreas metropolitanas dos EUA e contribui com mais de US$ 3, bilhões para a economia americana diariamente (US$ 1,3 tri ao ano), além de empregar mais de 12,3 milhões de trabalhadores, segundo números compilados pela TM3 Capital, gestora de recursos especializada em investimentos na área de tecnologia.

No Brasil, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), as properties companies têm mais de 10 mil unidades multifamily em desenvolvimento no País. E os fundos de investimento imobiliário (FIIs) cerca de R$ 650 milhões sob gestão.

No ano passado, uma pesquisa da CBRE Brasil, mostrou que 55% dos entrevistados já investiram no segmento multifamily e 70% pretendiam investir até 2024.

A Luggo, empresa do grupo MRV, é uma das pioneiras no setor de multifamily no Brasil.

“Os moradores que optam por este tipo de moradia têm a sua disposição serviços on demand que tornam a rotina mais simples”, explica Rodrigo Resende, CEO da Luggo.

Voltados para as classe B e C, os apartamentos da Luggo são direcionados a um público mais jovem, segundo ele, em busca de moradia “sem gastar muito ou ficar preso em um contrato”.

“É uma forma de não ficar amarrado a uma casa, ter mais mobilidade, morar em várias cidades”, diz.

A Luggo tem 12 empreendimentos em operação, totalizando mais de 1800 unidades sob gestão. Em 2023, a empresa começou gestão de prédio de terceiros.

A companhia atua em Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Contagem (MG), Curitiba (PR), Lauro de Freitas (BA), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS).

 

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/negocios/popular-nos-eua-moradia-compartilhada-para-classe-b-e-aposta-do-setor-no-brasil/