“Minha dor foi minha maior força”, diz Mari Maria sobre bullying na infância

“Minha marca nasceu da dor, da minha dor mais profunda, de mostrar quem eu era de verdade”, diz Mari Maria, emocionada, na conversa que teve com a CNN durante o Web Summit, nesta semana, no Rio de Janeiro. A menina de 7 anos, que queria esconder suas sardas por sofrer bullying, hoje é CEO da sua marca, a Mari Maria Makeup e uma das maiores influenciadoras da área de beleza do país, com 75 milhões de seguidores em suas redes.

Usar uma dor como uma oportunidade de negócio foi um caminho natural. Começou com vídeos em 2014, quando tinha 20 anos, com tutorial de maquiagens que mostravam também sua vida pessoal. “No início dos vídeos, não foi fácil porque eu tinha a minha dor de mostrar as minhas sardas. Mas, depois, comecei a mostrar. Foi aí que encontrei o meu propósito, porque vi que muitas pessoas se identificavam comigo e encontravam também na make uma forma se de sentir parte”, conta.

E vinha a pergunta de quem a assistia: como você esconde as suas sardas? Bases, dicas de maquiagem, pincéis diferentes… Tudo isso virou depois produtos para essas consumidoras e, em 2017, ela criou sua própria marca. “Conforme eu fui me identificando com as pessoas, elas também me ajudaram na minha autoestima, a eu me aceitar mais”, diz.

Ficou mais fácil mostrar o seu lado natural e, ao mesmo tempo, como é o processo de transformação com a maquiagem. “Minhas seguidoras veem em mim algo que faz sentido para elas. Porque eu era bem nova, sentia uma dor e minha dor me fortaleceu. A minha maior vulnerabilidade foi a minha maior força”, afirma.

Crescimento de 300%

Mari Maria e o marido, Rudy Loures, que também é seu sócio, criaram a marca juntos. Houve todo o processo de procura de fornecedores e desenvolvimento dos produtos. O resultado é um crescimento de 300% da marca em um ano. “Foi um ano recorde para a gente, hoje a gente está em mais de 5 mil pontos de venda e temos uma marca expressiva no mercado brasileiro”, diz. Ela também tem outros projetos, como a cocriação de sapatos, um deles em formato de pincel triangular, uma das suas principais marcas na maquiagem.

Outra estratégia na criação de conteúdo em redes, como o YouTube, foi fazer vídeos que falavam de todas as marcas, fazendo testes e dando opiniões. “Como marca de influenciadora a gente não pode se engessar. Porque o óbvio é só mostrar a minha marca, mas eu tenho que ter as concorrentes que eu estudo, que eu me aprimoro.”

Mari Maria também é influência para essa nova geração de meninas. Muitas querem ser empreendedoras, ter sua marca, sua loja. “A minha vida, como eu coloco no Instagram, mostro para as meninas que é possível. Elas pensam ‘quando eu for CEO, quando eu for empresária, é assim que eu quero ser’. Inspirar e mostrar que é real”, conta, deixando claro que também tem que mostrar os desafios, todo o trabalho com pesquisa e desenvolvimento de um produto até ter um resultado.

E outro assunto importante é o empoderamento. A estratégia é trabalhar com outras mulheres. “Esse é o nosso momento, de a gente trabalhar juntas, de uma mulher estimular a outra. Falar assim: ‘você é capaz, você tem que fazer’”, afirma. E finaliza, emocionada: “Eu sinto que a gente está brilhando juntas, é onde eu brilho mesmo, é trabalhando com outras mulheres. Já chegamos, né? Agora é a gente fincar o pé e mostrar que a gente veio para fazer diferença no mercado.”

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/minha-dor-foi-minha-maior-forca-diz-mari-maria-sobre-bullying-na-infancia/