Publicitário do RN é alvo da PF e admite ter arrecadado dinheiro para atos golpistas

A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (16) mandados de busca e apreensão contra suspeitos de financiar e fomentar os ataques golpistas de 8 de janeiro. As ações foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Foram 18 mandados cumpridos em oito estados, incluindo o Rio Grande do Norte. Além dos mandados, a Justiça também determinou bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados.

No Rio Grande do Norte, o alvo foi o publicitário Rafael Moreno, que participou dos atos golpistas em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

Segundo ele, agentes da PF levaram um celular e bloquearam o acesso dele a uma conta.

Em publicação na rede social X, Rafael admitiu ter arrecadado dinheiro para ajudar os manifestantes que acamparam na frente do quartel em Brasília. Contudo, ele nega que a intenção do ato fosse pedir um golpe de Estado.

Ele afirma que os manifestantes estavam inconformados com o resultado da eleição e queriam que as Forças Armadas certificassem o resultado ou que fosse realizada uma intervenção com base no Art. 142 da Constituição.

Rafael explicou ainda que não teve relação com os atos de 8 de janeiro de 2023 e que não estava mais em Brasília quando o vandalismo nas sedes dos Três Poderes aconteceu. Naquele mês, ele diz que se mudou para Natal.

Apesar disso, segundo a PF, foi nesses atos em frente às instalações militares que o ato de 8 de janeiro foi planejado.

“Não participei, nem incentivei e muito menos financiei os atos de depredação dos prédios na praça dos três poderes. Arrecadei dinheiro através de uma vakinha e de uma chave PIX somente para ajudar a alimentar e transportar as pessoas que estavam acampadas na frente dos quartéis e parei de arrecadar e participar do acampamento dias antes do 8 de Janeiro!”, escreveu Rafael Moreno.

“Os valores que arrecadei, ajudei a comprar alimentos, remédios, barracas, colchões, aluguel de tendas, entre outras coisas, exclusivamente para o acampamento em frente aos quartéis!”, declarou, em outro post.

À noite, em entrevista à 98 FM, ele declarou que reuniu doações de cerca de R$ 60 mil através de sua conta pessoal e que repassou ao movimento. Ele afirmou também que, durante a manifestação, ouviu propostas para que o acampamento fosse transferido para a Praça dos Três Poderes, mas que ele não concordou com o ato. Por fim, negou que tenha participado de conversas sobre medidas ilegais que viriam a ser tomadas, como a instalação de uma bomba nas imediações do aeroporto de Brasília.

O publicitário se disse “perseguido” e reclamou de outra operação da qual foi alvo em 2020. “Pela segunda vez na minha vida estou sendo perseguido pelo ministro Alexandre de Moraes, dessa vez estou sendo investigado por financiar o 8 de janeiro. (…) Em maio de 2020 também tive meu celular apreendido e até hoje nem eu, nem meus advogados tivemos acesso aos autos do inquérito nem a restituição do meu celular que é uma ferramenta de trabalho”, escreveu.

Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/https-agorarn-com-br-wp-admin-post-phppost847496actionedit/