Mudar canteiro de lugar deixaria obra mais cara e demorada

Obras Ponte de Igapó DNIT. Foto: José Aldenir

O perito independente escolhido para avaliar a possibilidade de mudança do canteiro de obras da restauração da Ponte de Igapó entregou seu relatório à Justiça Federal. O documento é assinado por Vinicius Leite Silveira, especializado em perícias de engenharia.

A Ponte de Igapó está interditada no sentido da Zona Norte para o Centro desde 12 de setembro do ano passado. O sentido oposto está funcionando como mão dupla. Ao todo, a obra está orçada em R$ 20,8 milhões e prevê a restauração completa da ponte. A obra é realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e deve durar até o início do próximo ano.

A análise foi feita a pedido da juíza Moniky Mayara Costa Fonseca, da 5ª Vara Federal, dentro de uma ação protocolada pela Prefeitura do Natal que pede a transferência do canteiro para outro lugar. A gestão do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) aponta prejuízos para o trânsito na região com a instalação do canteiro sobre um dos lados da ponte.

Com o relatório, a juíza vai decidir se acata ou não o pedido da prefeitura para mudar o canteiro de lugar. No dia 25 de março, um pedido de liminar foi negado pela magistrada.

O QUE DIZ O PERITO. No texto, o engenheiro diz ter chegado à conclusão que mudar o canteiro de lugar deixaria a obra mais cara e demorada.

O perito enfatiza que a modificação do local do canteiro de obras alteraria todo o planejamento dos serviços. Ele diz que seria preciso, por exemplo, construir estruturas provisórias para permitir o acesso de operários e máquinas às áreas que serão restauradas, diante do tráfego normal de veículos que ocorreria sobre a ponte.

“Para realização de serviços que necessitem ser próximos do local de aplicação, como por exemplo dobras, montagem e manuseio de armaduras, necessitaria da implantação de plataformas flutuantes e estas devem ser avaliadas, projetadas por engenheiro especializado, como engenheiro naval, uma vez que, ao se liberar uma das pistas o canteiro, se reduziria a apenas uma pista e sobrariam, devido ao tapume e sua estrutura, menos de 3,00 m. A fresagem do asfalto deve ser realizada por equipamento autônomo que caiba com folga no espaço entre o tapume e a mureta de proteção da passarela de pedestres”, destacou o engenheiro.

Mesmo assim, o perito afirma que seria preciso avaliar possíveis impactos ambientais da instalação do canteiro em área anexa, já que próximo à ponte existe uma área de manguezal e de proteção ambiental.
“Outro impacto inevitavelmente será no cronograma da obra, pois, quando se coloca o canteiro fora do local da obra por alguma necessidade específica, se altera toda a infraestrutura”, enfatiza.

Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/ponte-de-igapo-mudar-canteiro-de-lugar-deixaria-obra-mais-cara-e-demorada/