“0% é um desrespeito”, protestam servidores em solenidade com governo federal

Nesta quinta-feira (25), os servidores públicos federais estiveram presentes no ato de assinatura do acordo com o governo federal referente ao reajuste dos auxílios. O governo foi representado pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Feijóo.

O ato foi marcado por protesto das entidades representativas do funcionalismo, que reafirmaram a manutenção da mobilização contra o reajuste zero em 2024, que, além de causar perdas nos salários, prejudica os servidores aposentados que não têm direito aos benefícios e auxílios.

“Conseguimos com o governo o compromisso de divulgar na próxima semana o calendário das negociações com todas as mesas específicas já abertas e ainda por abrir. Isso sim interessa a todos os servidores, aposentados e pensionistas, que têm que estar conosco firmes e fortes para nós já conseguirmos algum percentual de recomposição salarial ainda em 2024”, afirmou Rudinei Marques, Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).

Para Sérgio Ronaldo da Silva, presidente do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos (Fonasefe), o acordo é um passo adiante, “mas ainda está incompleto porque não sinaliza com algo na remuneração para 2024, mas nós não vamos deixar de insistir e bater nessa tecla”. “Queremos mandar uma mensagem muito carinhosa aos aposentados e aposentadas porque, na verdade, nessa primeira etapa estão excluídos. Mas o compromisso de toda a bancada sindical é de que, evidentemente, no debate sobre reestruturações, a bancada sindical jamais abrirá mão da questão da paridade e integralidade”, afirmou Sérgio, em vídeo divulgado pelas redes sociais.

Com o acordo, serão reajustados os valores do auxílio-alimentação (de R$ 658 para R$ 1.000), do auxílio-saúde (de R$ 144,38 para R$ 215) e do auxílio-creche (de R$ 321 para R$ 484,90). Os novos valores serão aplicados a partir das folhas de maio e cairão nos pagamentos em 1º de junho.

GREVE

Diante da insistência do congelamento salarial para este ano, os servidores da Educação mantêm a continuidade da greve em diversas universidades. Nesta semana, aprovaram a adesão à paralisação os docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), entre outras.

Assembleia dos docentes da UFAL aprova greve a partir de segunda-feira (29). Foto: Tainá Ângelo

“Hoje, o salário base de professores graduados, em regime de 40 horas semanais nas universidades e institutos federais é R$ 3.412,63, abaixo do piso nacional do magistério, estabelecido em R$ 4.580,57. Valorizar os professores federais é fazer com que a educação, a pesquisa e a ciência sejam os pilares do desenvolvimento do nosso país”, afirma o sindicato dos professores das instituições federais de ensino superior da Bahia (Apub)

Em todo o país a greve já mobiliza 28 instituições de ensino federais, incluindo universidades, institutos federais (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs), e mais de 70 instituições de ensino com servidores técnico-administrativos paralisados.

De acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), a categoria seguirá reivindicando um reajuste salarial ainda para este ano, além da equiparação dos benefícios. “É uma luta histórica nossa, mas precisamos do reajuste salarial para 2024, que contempla os aposentados, e do ajuste no plano de cargos”, afirma a entidade.

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