Centrais repudiam nas ruas as altas taxas de juros e exigem: “Fora Campos Neto”

Protesto realizado na Avenida Paulista sob forte chuva – Foto: Reprodução

Protestos às vésperas da decisão do Copom foram realizados em diversas capitais brasileiras

Com a palavra de ordem “Menos juros, mais empregos”, as centrais sindicais realizaram atos nas principais capitais do país na manhã desta terça-feira (30) contra as altas taxas praticadas pelo Banco Central (BC). Em São Paulo, os dirigentes das principais centrais, como CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSB, NCST, além de diretores de sindicatos e representantes de movimentos sociais, ocuparam parte da Av. Paulista e se concentraram em frente à sede do BC, onde ocorreu hoje a reunião do Comitê de Política Monetária, que define a taxa de juros.

De acordo com o presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres, “juros altos são proibitivos para os setores produtivos do país, impedem um crescimento econômico mais acelerado e atrapalham a geração de mais empregos para o povo brasileiro”.

Além da defesa da queda imediata dos juros, as lideranças sindicais defendem a saída do presidente do BC, Campos Neto, indicado por Bolsonaro, que, de acordo com os sindicalistas e até os setores produtivos do país, promove um boicote ao Brasil e ao governo federal.

“A taxa de juros, no atual patamar, de 10,5% ao ano, sendo a segunda maior do planeta, é criminosa”, disse o presidente da CUT, Sérgio Nobre. Segundo ele, uma taxa neste patamar “elimina investimento produtivo e promove a maior transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos”.

Segundo o presidente da CTB, Adilson Araújo, “trata-se de uma luta central para o movimento sindical e a classe trabalhadora”.

“As altas taxas de juros reais praticadas em nosso país deprimem o consumo e os investimentos, impactam de forma negativa o orçamento público e constituem, por tudo isso, um grande obstáculo ao crescimento da economia, redução do desemprego, combate à pobreza e elevação do bem-estar social”, afirmou Adilson.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, destacou a importância da queda dos juros para a geração de empregos.

“Taxa de juros muito alta prejudica os trabalhadores, pois não gera emprego, prejudica o país, pois não há produção na indústria e prejudica a população em geral, pois diminui o consumo”, disse Juruna.

O sindicalista também lembrou que a mobilização do movimento sindical exige “não só a redução da taxa de juros, mas a saída do atual presidente do BC, Campos Neto”.

“Quem paga conta, cartão e cheque especial sabe que os juros no Brasil são um absurdo. Beneficiam banqueiros e especuladores. Roberto Campos Neto sabota o projeto que o povo elegeu com Lula e que já mudou muita coisa no país”, disse o vice-presidente da CTB-Bahia, Emanoel Souza, que participou do protesto em Salvador.

A vice-presidente da CUT Nacional e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvândia Moreira, questionou: “A quem o Banco Central serve, a quem está servindo o presidente do Banco Central, aos interesses de quem?” e, logo em seguida, respondeu: “aos interesses dos 1% mais ricos da população”.

“Os juros altos prejudicam a geração de emprego, por isso não servem ao povo brasileiro. Quem é beneficiado é só o 1%, os super-ricos, o capital especulativo, os banqueiros. É a esse povo que Campos Neto está servindo”, disse Juvândia.

Os protestos aconteceram também no Rio de Janeiro, Fortaleza, Curitiba, Recife, Porto Alegre e Belém.

Fonte: https://horadopovo.com.br/centrais-repudiam-nas-ruas-as-altas-taxas-de-juros-e-exigem-fora-campos-neto/