Com saída de vereadores, PSDB pode ficar sem representantes na Câmara Municipal de São Paulo

Oito vereadores tucanos anunciaram saída do partido nesta semana. Se a situação se concretizar, o PSDB ficará sem representação na Câmara Municipal da capital paulista.

São eles: são Aurélio Nomura (rumo ao PSD), Rute Costa (para o PL), Sandra Santana (para o MDB), Beto Social (para o Podemos), além de Gilson Barreto, Fábio Riva, João Jorge (todos rumo ao MDB) e Xexéu Trípoli (que ainda não definiu seu destino).

O único vereador do PSDB que ainda pode permanecer no partido é o atual secretário municipal de Assistência Social da gestão Nunes, Carlos Bezerra Júnior, que está licenciado do mandato parlamentar, mas deve retornar à Câmara na próxima semana para disputar a reeleição. Ele ainda não definiu se fica ou sai do PSDB.

De acordo com o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vereadores e deputados que desejam concorrer a algum cargo nas eleições de 2024 têm até o dia 5 de abril para trocar de partido sem prejuízo de seus mandatos.

Se Bezerra Júnior também deixar o PSDB, o partido ficará oficialmente sem nenhum representante no Parlamento municipal.

A decisão da executiva municipal do PSDB de São Paulo de descartar o apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) e discutir a possibilidade de uma coligação do partido com Tabata Amaral (PSB), foi o que motivou a saída desses vereadores, embora ainda haja uma terceira opção, a candidatura própria.

O presidente do PSDB na capital paulista, o ex-senador José Aníbal, afirma que as duas alternativas serão avaliadas ao longo da semana.

Antes da decisão do diretório, o grupo favorável a Nunes já havia divulgado uma carta na qual afirmou que a “forma de manter o PSDB de São Paulo em posição de destaque no cenário municipal é declararmos nosso total apoio à reeleição” do atual prefeito.

O partido nunca ficou sem representação na Câmara da capital paulista desde sua fundação.

CANDIDATURA

O PSDB estuda a chance de lançar candidatura própria atraindo de volta ao partido o ex-vereador Andrea Matarazzo. Em 2020, ele foi candidato a prefeito pelo PSD e obteve apenas 1,55% dos votos (82.743). Caso não tenha candidato à prefeitura, será a primeira vez que isso ocorre em São Paulo desde que o PSDB foi fundado.

“O PSDB quer recuperar seu protagonismo. Não podemos deixar que usem nossa legenda para negociar acordos políticos aqui ou ali e não termos protagonismo no processo. Temos de falar, nos posicionar e dizer o que o partido pensa que seria importante para a cidade de São Paulo”, afirmou Aníbal, em entrevista ao portal InfoMoney. “O Andrea Matarazzo não está no partido, mas voltaria para o PSDB. Se for essa [a escolha], eu espero que isso esteja resolvido nos próximos dias, até porque não temos tanto tempo.”

Integrantes do partido que resistem a ela têm dito que a deputada virou as costas a Covas há quatro anos e, por isso, não faz sentido apoiá-la agora. Em 2020, na disputa entre Covas e Guilherme Boulos (Psol), que concorre novamente neste ano, a deputada decidiu apoiar o candidato psolista.

Em nota divulgada na época, Tabata, que havia votado em Marina Helou (Rede) no primeiro turno, disse não se alinhar inteiramente nem com Covas nem com Boulos, e elogiou ambos: “em tempos de grande polarização e ameaças autoritárias, é um alívio ver dois candidatos jovens e comprometidos com a democracia disputando o segundo turno”.

À época, Tabata justificou seu voto afirmando ser contrária ao vice de Covas, Ricardo Nunes, acusado de agredir a mulher.

A equipe de Tabata diz não haver contradição entre a decisão de 2020 e a de agora em relação ao PSDB. Em nota, voltou a afirmar que a escolha por Boulos foi em razão de Nunes “representar a antítese” do que Tabata acredita.

“O posicionamento em 2020 foi, sobretudo, contra tudo aquilo que não representa o mandato de Tabata Amaral.”

Agora, apesar da escolha pelo adversário em 2020, já há sinais da aproximação entre Tabata e a cúpula do PSDB. A ponte é construída por Orlando Faria, ex-secretário municipal de Covas, que segue no PSDB e passou a integrar a pré-campanha de Tabata – e, por isso, deixou o comando do partido na capital.

EXECUTIVA CONTRÁRIA A NUNES

No último dia 22, dos 15 integrantes da executiva municipal, apenas 2 votaram pela coligação com o prefeito. Aníbal critica a aliança entre Nunes e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chama de golpista.

Parte dos tucanos vêem vantagens em apoiar Tabata. Na coligação com ela, o PSDB teria influência no governo, espaço na propaganda e poderia indicar um candidato a vice –posto que, na aliança de Nunes, deve ficar com o PL e ser indicado por Bolsonaro ou pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Tabata, por sua vez, ganharia ao menos um partido aliado, já que agora conta apenas com o PSB. Isso lhe ajudaria a aumentar seu tempo de propaganda na TV, que ainda assim seria bem menor do que o de Nunes.

A eventual aliança com o PSDB atrapalha o acordo da deputada com o apresentador José Luiz Datena (PSB), que já foi convidado para ser vice.

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