Governo mantém reajuste zero e dissolve negociação nacional com servidores federais

Mais uma vez, a Mesa Nacional de Negociação Permanente entre o governo e as entidades dos servidores públicos federais, para discutir a reivindicação de reajuste salarial deste ano, foi um banho de água fria no funcionalismo.

Após o ministro da fazenda, Fernando Haddad, ter afirmado pela manhã que o reajuste para este ano está descartado e que “a equipe está fazendo cálculos para ver se há espaço para reajuste aos servidores nos próximos anos”, sua fala foi confirmada à tarde, na reunião de negociação entre o Ministério da Gestão e Inovação e os servidores. No encontro, a União manteve o reajuste zero em 2024, se comprometendo apenas em negociar nas mesas específicas das categorias, dissolvendo na prática a Mesa Nacional de Negociação.

Durante a reunião, servidores protestaram contra o reajuste zero. Foto: Fonasefe

Na reunião, o Secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijóo, apresentou um Termo de Compromisso de Campanha Salarial 2024. De acordo com as cláusulas do termo, o governo promete o reajuste em benefícios assistenciais, a partir de 1º de maio de 24; afirma que “as negociações relativas à estruturação de carreiras e reajustes de remuneração ocorrerão no âmbito das mesas específicas e temporárias que deverão ser instaladas até o mês de julho de 2024”; e ainda ameaça, para conter a intensa mobilização da categoria, que “durante o processo de negociação, a interrupção total ou parcial dos serviços públicos implicará a suspensão das negociações em curso por uma categoria”.

Para o presidente do Fórum das Carreiras de Estado, Rudinei Marques, “diversas categorias já estão em greve ou em paralisações esporádicas. Logo, não podemos compactuar com o parágrafo 1° da Cláusula 2a.”, afirmou Marques, referindo-se a cláusula que diz que greves e paralisações implicarão a suspensão das negociações. Rudinei afirma também que “pensar que as 60 mesas específicas que ainda não abriram vão encerrar negociações até julho é irrealizável”, diz.

Segundo o Fórum, “as entidades representativas dos servidores públicos federais consultarão suas bases para dar uma resposta ao governo até a próxima segunda-feira, dia 15 de abril, porque a data é o prazo final para sair a Portaria reajustando os benefícios.”

A reivindicação dos servidores, apresentada pelas entidades ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), ignorada pelo governo, defende a recomposição salarial, dividida em dois blocos:

Reajuste de 34,32% dividido em três parcelas iguais de 10,34%, em 2024, 2025 e 2026, para os servidores federais que em 2015 firmaram acordos por dois anos (2016 e 2017);

Reajuste de 22,71% dividido em três parcelas iguais de 7,06%, em 2024, 2025 e 2026, para os servidores que em 2015 fecharam acordos salariais por quatro anos (2016 a 2019).

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