A recente entrevista da ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmando que há um “estrangulamento da Previdência a partir de 2027” e que, portanto, os benefícios previdenciários podem ser desvinculados da política de reajuste do salário mínimo, continua repercutindo e indignando os representantes de aposentados e pensionistas.
Para Milton Cavalo, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), a fala da ministra “é lamentável”.
De acordo com Cavalo, a proposta cogitada pela ministra “nem pode ser levada a sério”, especialmente no momento em que as entidades, pelo contrário, lutam pela aprovação na Câmara dos Deputados “do Projeto de Lei 1468/23 do deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS), que estabelece reajuste de 5% nos benefícios a cada cinco anos de aposentadoria para quem ganha acima do mínimo”.
“Enquanto lutamos para recompor as perdas do poder aquisitivo, que chegam a 30% nos últimos 15 anos, se tenta retirar um direito daqueles que ganham apenas um salário mínimo”, diz o sindicalista.
Segundo Milton Cavalo, “buscar resolver o problema das contas da Previdência Social prejudicando ainda mais os aposentados, que precisam buscar outras fontes de renda para conseguirem uma dignidade mínima após uma vida inteira de trabalho, é um erro que não podemos aceitar”.
O sindicalista diz entender que é difícil que essa proposta prospere, mas que o simples fato de ter sido aventada “mostra, no mínimo, uma enorme desconsideração com os aposentados e pensionistas brasileiros”. E finaliza afirmando que “os aposentados merecem todo o respeito e consideração” e que a entidade vai lutar para que essa discussão não avance.
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