“Reposição salarial é necessidade urgente”, defendem servidores da Educação em audiência

A mobilização e greve dos servidores públicos das universidades e institutos federais por reajuste salarial e reestruturação de carreiras foram debatidas em audiência pública na Câmara dos Deputados, na terça-feira (16).

A proposta da audiência partiu da deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), com apoio das deputadas Alice Portugal (PCdoB-BA), Erika Kokay (PT-DF), e dos deputados Reimont (PT-RJ) e Rogério Correia (PT-MG). De acordo com a deputada Sâmia Bomfim, mais de 30 universidades e institutos federais já estão em greve, e outras 50 instituições analisam aderir à paralisação.

“Há um motivo centralizador para a mobilização desses servidores: a necessidade urgente da reposição de perdas salariais”, afirmou a deputada, acrescentando que além da questão salarial, outros motivos também pesam na mobilização da categoria, como “a precarização das condições de trabalho, o subfinanciamento dessas instituições e a falta de resposta do governo às demandas apresentadas”.

Foto: Fenaps

Ao iniciar a audiência, Sâmia Bomfim também lembrou que a categoria “foi uma das principais frentes na resistência ao bolsonarismo quando ele atacava com autoritarismo, negacionismo e colocava interventores nas universidades e nos institutos federais”, e cobrou do presidente Lula o reconhecimento do apoio à sua eleição na hora de “valorizar e respeitar à educação pública brasileira”.

A deputada Alice Portugal ressaltou que “é necessário um projeto de estado para o país soberano e desenvolvido, mas que isso não acontece sem servidores remunerados dignamente, com carreira organizadas, com garantia de isonomia salarial”. “Apoiamos o governo Lula, sim, mas com o binômio, apoio e crítica”, disse, lembrando que “os técnicos administrativos das universidades e institutos federais têm os piores salários do poder executivo”. “Isto não é uma fantasia, não é discurso midiático, é a realidade”, disse.

“Queremos mais salário, mas também qualidade de trabalho. Queremos condições de desenvolver ensino e pesquisa de uma forma digna. Queremos mais concursos para professores, mas que não sejam apenas voltados para reocupação de vagas”, defendeu o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-Sindicato Nacional), Gustavo Seferian.

Segundo a deputada Erika Kokay (PT-DF), o governo deve fazer uma inversão de prioridades no orçamento, não com juros da dívida, mas “com o que é projeto nacional e com a inclusão da população brasileira”.

“Estamos em greve por recomposição salarial. De 2013 a 2023, as nossas perdas chegam a 40%”, afirmou Sandro Pimentel, coordenador de Educação da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). Ele cobrou do governo uma apresentação “concreta do orçamento” e que a reunião marcada para o dia 19 “não seja mais uma embromação”.

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