Sobe para 100 o número de mortos na catástrofe do Rio Grande do Sul

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou para 100 o número de mortos em razão dos temporais que atingem o estado. O boletim divulgado na manhã desta quarta-feira (8) ainda aponta que há outros 4 óbitos sendo investigados. O estado registra 128 desaparecidos e 372 feridos.

Há 230,4 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 66,7 mil em abrigos e 163,7 mil desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).

O RS tem 417 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, com 1,4 milhão de pessoas afetadas.

Também, o estado registra, pelo menos, 454,9 mil pontos sem luz. Na área de concessão da CEEE Equatorial, são 221,3 mil imóveis sem energia (12,3% do total de clientes). Já na região atendida pela RGE Sul, são 233,6 mil imóveis afetados (7,6% do total de clientes).

Da mesma forma, a Corsan, que fornece água para 6,5 milhões de pessoas em 317 municípios, soma 606,7 mil imóveis sem abastecimento (21% do total de pontos).

Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) afirma que duas das seis estações de tratamento de água estão fora de operação. O órgão não informou estimativas de quantas pessoas são afetadas.

VALE DO TAQUARI

O rastro de destruição provocado pelas chuvas fica mais evidente com o baixar das águas. No Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas, o cenário é de total devastação.

Quem mora em cidades do Vale e passou pelas estradas recém-liberadas já não reconhece o que sobrou. A região foi uma das mais atingidas pelos temporais que assolam o Rio Grande do Sul há mais de uma semana. O Rio Taquari chegou a ultrapassar 30 metros, um recorde histórico.

O Vale do Taquari é formado por cidades como Estrela, Lajeado, Roca Sales, Muçum, Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul, municípios que já haviam enfrentado enchentes no ano passado. Em grande parte delas, não há luz, água e nem internet há uma semana.

Dentre o cenário de caos, uma das pessoas salvas na região foi o empresário Ismael Fonseca, que foi resgatado após dois dias ilhado em Cruzeiro do Sul. A cidade foi devastada pela força da água. Da casa dele, sobraram só as paredes.

“Sem condição nenhuma de voltar a morar aqui. Nossa casa está destruída. Nosso filho tem 7 anos, a gente criou ele aqui. Tudo que tem aqui, a gente construiu trabalhando muito. A gente tem isso aqui, mas a gente não vai morrer aqui. Nós não vamos voltar para cá”, disse em declaração ao portal G1.

No bairro Passo de Estrela, onde ele vivia com a família, residiam 3 mil pessoas. Eram pelo menos 500 casas. Não sobrou nenhuma em boas condições.

“Eu tenho minha família, mas eu não tenho mais casa para morar. Eu não tenho como recomeçar, eu não tenho”, diz a vendedora Ana Paula Silva.

Outra moradora sequer conseguia identificar qual era a própria casa em meio à destruição. “A gente foi passando assim, por cima, e tentando descobrir qual casa era de quem, o que tinha… Mas foi muito difícil, muito difícil”, lamenta a fisioterapeuta Deisi Maria.

Ainda, no lugar de algumas residências, somente o piso de cerâmica restava no chão. “O que menos tem aqui é gente”, diz um dos moradores ao gravar os estragos em uma das ruas de Arroio do Meio. Em alguns dos registros, o asfalto das ruas estão totalmente tomados pela lama.

Na Grande Porto Alegre, incluindo a capital, as ruas seguem alagadas devido à falta de vazão das águas do Guaíba. 

Nesta quarta, uma frente fria deve diminuir as temperaturas e levar mais chuva ao Rio Grande do Sul, especialmente na região sul. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os temporais podem ultrapassar 100 milímetros, com queda de granizo e ventos superiores a 100 quilômetros por hora.

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