Paris pela chef Alessandra Montagne, que vai comandar restaurante no Louvre

Alessandra Montagne representa o Brasil na França à frente de restaurantes renomados em Paris. Primeiro com o “Tempero”, que conquistou o chef Alain Ducasse, e depois com o “Nosso”, que apresenta sua cozinha autoral em comunhão com produtores locais.

Poucos chefs podem chamar Alain Ducasse de “padrinho” na gastronomia, Alessandra tem esse privilégio e foi desta parceria que surgiu o convite para o próximo passo de sua jornada: assumir um dos restaurantes do Museu do Louvre pelos próximos 10 anos.

Nascida na comunidade do Vidigal, Alessandra morou com seus avós em Poté, Minas Gerais, onde descobriu sabores que seriam, mais tarde, traduzidos em menus elaborados. Aos 22 anos embarcou para Paris e com muita luta criou seu espaço dentro da fechada e tradicional gastronomia francesa.

No pequeno restaurante “Tempero”, que recebia os comensais no 13ème arrondissement de Paris, a chef encantou os franceses ao adicionar toques de brasilidade à culinária local. Já no restaurante “Nosso”, que segue aberto, ela trabalha com produtores locais e busca promover o bem-estar através de plantas e ervas medicinais.

Agora, a chef se prepara para o grande desafio de comandar um dos restaurantes do Louvre. É a partir do museu mais visitado do mundo que Alessandra Montagne compartilha suas dicas gastronômicas e culturais da cidade que a acolheu.

Onde comer em Paris: Pouliche, da chef Amandine Chaignot

Equipe do Pouliche em Paris / Pouliche/Facebook

Bistrô incrível de uma grande chef e amiga, o Pouliche fica em um bairro que aqui na França chamamos de “bobo” (pronunciado “bobô” em português). Como as regiões mais centrais de Paris têm aluguel altíssimo, os jovens que ganham bem, mas não estão dispostos a desembolsar 4 mil euros para alugar um apartamento, começaram a migrar para esses bairros mais periféricos, como o 10ème arrondissement.

Consequentemente, o comércio e a gastronomia também se movimentaram nessas áreas. No caso do Pouliche, a chef oferece menus de almoço e jantar, com entrada, prato principal e sobremesa, a preços amigáveis – 30 euros no almoço, por exemplo.

Tem também propostas vegetarianas às quartas e um frango assado aos domingos que é maravilhoso. E é tudo surpresa: a casa só pede que você confie na chef, que a experiência será uma delícia.

  • Ambos, do casal de chefs Cristina e Pierre Chomet: ela é venezuelana, ele francês. Juntos abriram esse gastro-bistrô bastante acessível, na rue de Vaugirard, perto do Jardim de Luxemburgo. Eles fazem uma comida de mil influências, que traz um pouco de todos os lugares por onde passaram e viveram como América do Sul, Itália, Espanha, França, Inglaterra, Tailândia.
  • Verjus, do Bruno Verjus: é um restaurante mais exclusivo e caro, mas para quem estiver atrás de uma experiência inesquecível à mesa, vale o investimento.
  • Restaurante Jules Verne, no topo da Torre Eiffel: é aquele tipo de experiência de uma vez na vida. Emocionante. Só é importante se programar e fazer reserva com bastante antecedência, do Brasil mesmo.
  • Tea time nos palácios parisienses: recomendo o do hotel Le Meurice, que é diferente de tudo que existe na face da terra, e o do hotel Lutécia, em Saint-Germain – a sala parece um castelo, surreal de linda.

Compras em Paris: Au Bout du Champ

Os produtos do Au Bout du Champ são sazonais, de acordo com a produção local
Os produtos do Au Bout du Champ são sazonais, de acordo com a produção local / Au Bout du Champ/Facebook

São nove endereços dessa épicerie (mercearia) espalhados por Paris. Tudo é fresquíssimo, colhido pela manhã e distribuído diariamente pelas lojas. Frutas, legumes, cogumelos, verduras e queijos da melhor qualidade.

  • Marché Mouffetardé: uma feira de rua aberta a semana toda, com exceção das segundas-feiras. Tem de tudo, além das mil lojinhas e padarias da rue Mouffetard. Aos domingos, das 8h às 11h, grupos de locais “das antigas” se juntam para tocar música e cantar. É lindo e realmente muito francês.
  • Terroir d’Avenir: outro lugar para comprar verduras, legumes e queijos muito frescos e com superqualidade. Tem vários endereços, mas eu frequento o da Rue du Nil, no 11ème arrondissement.
  • Le Bon Marché Rive Gauche: o prédio, datado do século XIX, é maravilhoso. Dentro você encontra de tudo, indo de moda feminina, masculina e infantil a acessórios, jóias, artigos de perfumaria e decoração. Não é barato, mas vale muito conhecer.
  • Simon’s Vêtements et Chaussures: amo esse brechó. Fica no Boulevard Arago e tem achados sensacionais. Por exemplo, outro dia comprei uma saia Yves Saint-Laurent chiquérrima por 20 euros que deve ter sido usada duas vezes, se muito.

Para badalar à noite: Mama Shelter

O hotel assinado pelo arquiteto Philippe Starck conta com decoração intimista e dois bares.
O hotel assinado pelo arquiteto Philippe Starck conta com decoração intimista e dois bares / Francis Amiand/Mama Shelter/Facebook

O hotel é assinado por Philippe Starck, um dos maiores arquitetos atuais da França. Com a decisão de criar um hotel mais barato, na linha dos 100 euros por noite, o Mama busca democratizar a hospedagem em Paris. Fica perto do cemitério Père Lachaise e é diversão garantida, repleto de espelhos que formam uma decoração intimista e erótica entre seus dois bares: o Chic Chic Bar e o Island Bar. Para ver e ser visto, com muita dança e um rooftop que é sucesso.

  • Le Bal Blomet: casa de jazz muito gostosa no 15ème arrondissement. É um lugar super desconhecido pelos turistas e recomendo muito: perfeito para ouvir boa música e tomar um bom vinho. Importante reservar com antecedência porque lota.
  • Bar Joséphine, no Hotel Lutécia: aberto todos os dias, das 17h à 1h, sempre com pianista ao vivo, é um bar surreal de lindo, com afrescos que vão do chão ao teto e ótimos coquetéis.
  • Bar Les Ambassadeurs, no Hotel de Crillon: fica na Place de la Concorde e é o bar mais badalado do momento em Paris.
  • Bar do Hôtel National des Arts et Métiers: um rooftop no Marais com vista para Paris inteira, lotado de gente jovem. Para tomar um drinque olhando para um dos horizontes mais magníficos da cidade.

Passeios em Paris: Coulée Verte de Paris

Conhecer Paris pedalando é uma dica da chef Alessandra Montagne.
Conhecer Paris pedalando é uma dica da chef Alessandra Montagne / Alice/Unsplash

É possível atravessar a cidade inteira pela Coulée Verte de Paris, a pé ou de bicicleta, em uma viagem rodeada de verde que vai desde a Bastilha até o Bois de Vincennes, passando pelo Viaduc des Arts. É um passeio superagradável, seguro, bem família.

  • Montmartre: imperdível para passear com calma e sentar para tomar um café (aliás, a Amandine do Pouliche tem o Café de Luce, do lado da igreja de Sacré-Coeur, que é uma delícia).
  • Versailles: não fique só no castelo. Vale conhecer a cidade de Versailles andando a pé – é muito bonitinha.
  • Giverny: outra cidade pertinho de Paris, onde viveu o Monet. O pessoal adora ir pra lá e é surreal ver ao vivo as paisagens que ele imortalizou nas pinturas.

Paris com crianças: Cité des Sciences et de l’Industrie

Cité des Sciences et de l’Industrie é uma instituição francesa especializada na difusão da cultura científica e técnica.
Cité des Sciences et de l’Industrie é uma instituição francesa especializada na difusão da cultura científica e técnica / Cité des Sciences et de l’Industrie/Facebook

Dentro do parque La Villette, é o maior museu de ciências da Europa. Tem planetário, um submarino e a Géode, que é uma cúpula redonda de aço com 36 metros de diâmetro que reflete o céu todinho e dentro tem uma sala de cinema Omnimax 360 graus. Experiência maravilhosa pra família toda.

  • Parc La Villette: um paraíso para a criançada, tem espetáculos, ateliês de atividades, restaurantes, fazendinha e muito espaço verde para correr e brincar.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/viagemegastronomia/insiders/paris-pela-chef-alessandra-montagne-que-vai-comandar-restaurante-no-louvre/