Brasil abre 244.315 vagas formais em março, recorde para o mês, mostra Caged

O Brasil abriu 244.315 vagas de emprego formal em março, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado é o melhor para o mês da série histórica da nova metodologia, iniciada em 2020.

No entanto, o número representa uma desaceleração de 20,1% em relação ao mês anterior. Em fevereiro, o saldo de vagas abertas foi de 306.111. A queda também pode indicar um sinal de alerta para o Banco Central em relação ao ritmo de cortes da taxa básica de juros brasileira, a Selic.

O saldo de março considera 2,26 milhões admissões e 2,01 milhões de desligamentos no mês.

De acordo com o MTE, em 12 meses o saldo é de 1.647.505, sendo 182.164 a mais do que o saldo do ano de 2023.

Dos postos de trabalho gerados, cerca de 199.580 podem ser considerados típicos e 44.735 não típicos, com destaque para contratação de trabalhadores com até 30 horas contratuais e aprendizes em março. Também são considerados os trabalhadores incluídos nesta categoria os temporários, Cadastro de Atividade Econômica da Pessoas Física (CAEPF), intermitentes.

Segundo o MTE, quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos, serviços, com saldo positivo em 148.722, comércio, em 37.493, indústria, que registrou 35.886 novas vagas, e construção com 28.666.

O resultado negativo veio da agropecuária, que teve 6.457 demissões. As baixas vieram especialmente dos estados Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo.

O salário médio real de admissão em março foi de R$2.081,50, com uma estabilidade (-R$5,25) em comparação com o valor de Fevereiro (R$2.086,75);

Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$54,17 (+2,7%);

Para os trabalhadores considerados típicos o salário real de admissão foi de R$2.116,32 (1,7% mais elevado que o valor médio), enquanto para os trabalhadores não típicos foi de R$1.836,83 (11,8% menor que o valor médio).

“É um dado importante, melhor março desde 2020”, disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ao comentar os resultados nesta terça-feira. Ele também acrescentou que o governo teve várias iniciativas para melhorar os resultados, desde a PEC da transição a abrir o mercado externo para receber produtos brasileiros.

Primeiro trimestre

Os números mostram que no acumulado dos três primeiros meses do ano o saldo foi de 719.033 postos de trabalho, sendo positivo em todos os cinco grandes agrupamentos econômicos e em 25 das 27 Unidades da Federação.

No trimestre, os setores se comportaram da seguinte forma:

O maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de Serviços, com saldo de +419.286 postos formais de trabalho (58,3% do saldo). Destaque para atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+179.470) e para as atividades de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+143.050);

A Indústria apresenta saldo de +155.461 postos de trabalho, com destaque para a fabricação de veículos automotores (+13.605) e fabricação de produtos alimentícios (+13.540);

A Construção gerou +109.911 postos formais de trabalho, com elevações maiores na construção de edifícios (+45.630) seguida por obras de infraestrutura (+27.286);

A Agropecuária também apresenta saldo positivo +19.278 postos de trabalho, com destaques para o cultivo de maçã (+6.122) e de soja (+5.181). O acumulado do ano é afetado pelo resultado da laranja (-13.155);

O Comércio mostrou boa recuperação em março, alcançando resultado positivo pela primeira vez no ano e chegando ao acumulado de +15.091. No acumulado do ano os destaques são o comércio de combustíveis para veículos (+5.765) e o comércio de peças e acessórios para veículos (+3.915).

Quanto às unidades da federação, os estados que mais empregaram no trimestre foram: São Paulo (+213.503, +1,5%), Minas Gerais (+88.359, +1,9%), e Paraná (+69.618, +2,3%);

Já os estados com menor saldo no acumulado de 2024 são: Alagoas (-11.978, -2,7%), Maranhão (-854, -0,1%) e Paraíba (+505, +0,1%).

“Tudo isso é um conjunto de ações planejadas do governo que tem gerado as oportunidades de crescimento do emprego, do salário. Tudo isso leva ao crescimento dos melhores salários. Nós estamos felizes com esse panorama que estamos apresentando do mercado de trabalho brasileiro, resultado efetivo colhido nesses três meses e cenário de futuro. Certeza de que se não tiver um impacto tão negativo no cenário internacional, a economia brasileira vai crescer mais do que os chamados especialistas projetaram para este ano”, pontuou Luiz Marinho.

CAGED x PNAD

A metodologia utilizada para o cálculo do Caged considera apenas os trabalhadores com carteira assinada e não inclui os informais.

Os dados do Caged são informados por empresas do setor privado, enquanto a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é feita por meio de uma pesquisa domiciliar, na qual também é contabilizada os trabalhadores informais.

Assim, não é possível comparar os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego com os números de emprego que constam na Pnad.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/brasil-abre-244-315-vagas-de-emprego-formal-em-marco-mostra-caged/