Aldeia Encantada e as histórias de lutas em busca da delimitação da terra indígena em Aquiraz

SÉRIE POVOS ORIGINÁRIOS

Integrantes da aldeia compartilham as histórias de luta até conseguir a delimitação da terra

15 de abril de 2024

Portal GCMAIS

Na semana dos povos indígenas, o Jornal da Cidade exibe uma série especial sobre comunidades que lutam pelo reconhecimento da terra de fato e de direito. A primeira reportagem fala sobre o dia a dia do povo Jenipapo-Kanindé e as histórias que marcam a Lagoa Encantada, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. Atualmente, a comunidade festeja a instalação das placas que delimitam o território.

Aldeia Encantada e as histórias de lutas em busca da delimitação da terra indígena em Aquiraz

Foto: Reprodução

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Em nome e memória dos ancestrais, até hoje, as etnias mantêm o legado de luta pela existência através da resistência. Na comunidade da Lagoa Encantada, as casas são simples, integradas a uma extensa área verde e formam o cenário da comunidade, que também dispõe de um centro de referência em assistência social, posto de saúde e escola indígenas. O território se estende por 1.731 hectares, onde vivem 400 habitantes que conservam hábitos e costumes próprios.

A gente continua com a agricultura, com a pesca, com nossos rituais sagrados, inclusive as gente tem duas festas tradicionais que é a festa do marco vivo de Imburana, que comemora a delimitação do território, ocorrida em 1999 e a festa do Mocororó que comemora a colheita do caju e a demarcação do nosso território, explica o comunicador indígena, Iago Jenipapo.

Até o ano de 1997, os Jenipapo-Kanindé não possuíam limites demarcados no território, o que deixava a região vulnerável às invasões, mas graças à voz altiva e a garra de Cacique Pequena, a história tomou novo curso e hoje ela comemora a conquista da demarcação da terra. “Em 2024 veio a demarcação definitiva mesmo já colocaram a placas, falta o registro. Sou grata a Deus que estou viva e vendo o fruto da luta de uma mulher”, celebra a Cacique Pequena.

Depois de 40 anos, a demarcação física da aldeia Lagoa Encantada foi concluída, com a fixação da última placa no território feita pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará e Funai. “Do ponto de vista da propriedade, é terreno da União. Do ponto de vista da comunidade indígena é de uso dela e essa terra passsa a ser protegida para sempre”, afirma João Alfredo Telles, superintendente do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará.

Oficialmente, 16 povos são reconhecidos no ceará, divididos em 19 municípios. As políticas públicas voltadas para as etnias são elaboradas e acompanhadas pela Secretaria dos Povos indígenas do Estado.

Defender o território é defender, também, aquilo de mais sagrado para os indígenas: a natureza, fonte de vida, conexão com a espiritualidade, luta ancestral, que perpassa gerações. Legado que se mantém vivo, na experiência dos mais velhos e na vitalidade dos mais jovens.

Precisamos estar fora da aldeia, principalmente para garantir direitos. A gente usa muito demarcar territórios, mas demarcar territórios além da aldeia, escolas não-indígenas, demarcar empresas”, conclui Iago Jenipapo.

Assista à reportagem completa:

 

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Fonte: https://gcmais.com.br/noticias/2024/04/15/aldeia-encantada-e-as-historias-de-lutas-em-busca-da-delimitacao-da-terra-indigena-em-aquiraz/