Estado Nacional será fundamental para a reconstrução do Rio Grande do Sul, avalia Werner Rempel

Vereador de Santa Maria, uma das cidades mais atingidas pelo desastre, defendeu ajuda governamental às pessoas que foram à falência para que se evite “o pior”, se impeça o prolongamento da crise aguda e reconstruir a economia gaúcha”

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul já somavam 95 mortos, 131 desaparecidos e 372 feridos, segundo boletim divulgado pela Defesa Civil nesta terça-feira (7). O órgão aponta que há outros 4 óbitos sendo investigados, além de enorme destruição em todo o estado, com desabrigados, racionamento de água e energia elétrica, elevação de preços de produtos alimentícios, entre outros, por parte de comerciantes inescrupulosos que estão tirando proveito da tragédia para aumentar os seus lucros.

“Foram precipitações absurdas. A chuva destinada a todo o Brasil despencou no Rio Grande do Sul e resultou na tragédia que todo o país acompanha, atônito. 70% dos municípios gaúchos em situação de emergência; mais de 850 mil pessoas desabrigadas; rodovias e pontes destruídas”, aponta o vereador em Santa Maria Werner Rempel (PcdoB), em entrevista ao HP.

“Inumeráveis comunidades ilhadas pela água e/ou deslizamentos de terra; fome; desabastecimento de água e energia elétrica; perda de patrimônios das famílias conseguidos através do trabalho de uma vida inteira; hospitais, unidades de saúde e escolas perdidas; perdas irreparáveis na indústria e agricultura; as comunicações comprometidas, etc.”, continua o parlamentar.

Apesar de reconhecer que pouco poderia ter sido feito para evitar a tragédia climática que assola o Estado gaúcho, há lições a se tirar dela, avalia Werner. “Quando as pessoas estão com fome, quando pessoas não têm água potável nas suas casas, ou tem racionamento [de água], como nós aqui em Santa Maria, quando tem falta de energia elétrica em muitos lugares, quando vivemos esse drama no RS, e numa situação dessas, alguns cretinos – desculpem o termo – resolvem aumentar os preços sob o pretexto da escassez, isso é criminoso!”, denunciou nesta terça-feira durante pronunciamento na Tribuna da Câmara de Vereadores de Santa Maria.

“Essas pessoas que vendem um litro de gasolina a R$ 9, essas pessoas tinham que estar na cadeia. Os donos de supermercado que reajustam os preços sem qualquer base lógica, deviam sofrer as consequências”, defendeu.

Ponte em Santa Maria foi arrastada pelas enchentes. Cidade está em estado de calamidade – Foto: Reprodução

ENFRENTAMENTO DA CALAMIDADE

O parlamentar enfatizou a importância do Estado brasileiro no enfrentamento de calamidades como a que se abateu sobre o estado do Sul. Ele informou que Santa Maria é um centro de referência no tratamento da hemodiálise, área em que atua e que os helicópteros do Exército têm feito o transporte de pacientes de áreas isoladas no Estado para àquele município. Werner é médico nefrologista.

“A base área de Santa Maria foi para a Restinga Seca, área isolada e buscou de helicóptero os pacientes que estão abrigados em Santa Maria enquanto as rodovias não estiverem recompostas. Ou seja, o Exército brasileiro logo, logo vai recompor a ponte ali do Arroio Grande para que a gente restabeleça o fluxo”.

Isso demonstra, analisa Rempel, “que a presença do Estado nacional é fundamental em tempos de crise”. “É o Estado nacional que consegue garantir as coisas, e isso merece reflexões no futuro sobre as questões econômicas, também de minha parte”, ponderou.

A maior lição, no entanto, avalia o parlamentar, é o movimento de convergência de agentes e instituições de diversos matizes ideológicos e de esferas diversas para atuar frente à tragédia. “O povo brasileiro é testemunha do pacto que foi feito ali”, destaca.

“O Presidente Lula praticou a convergência. Está presente. Muito diferente do ex-presidente Bolsonaro, que nunca fez outra coisa na vida senão pregar a divergência. Enquanto, durante seu governo, a Bahia estava alagada, resolveu ser mais importante andar de Jet Sky em São Francisco do Sul/SC”, denuncia.

“[..] Eu penso que uma das grandes lições que eu vi acontecer foi o fato de a Presidência da República ter vindo para o RS, com Senado federal, com a Câmara Federal, com o STF, com TCU, com todos os ministros envolvidos na crise aguda”.

“E depois da reconstrução do RS, com o governador do RS, com prefeitos representados pelo Sebastião Melo (prefeito de Porto Alegre), com prefeitos de todo o RS representados e os que estiveram presentes, com o Comando Militar do Sul presente, isso foi um exemplo de convergência”, continua Werner.

Assista o pronunciamento:

NÃO PODEMOS VIVER NA DIVERGÊNCIA

“Nós não podemos viver na divergência. A divergência é normal, mas nós não podemos fazer dela o nosso dia a dia. Precisamos convergir, há pontos de convergência. E diante de uma situação dessas há pessoas que ficam zombando desse movimento, que no meu entender foi perfeito e que foi televisionado para todo o país aquela reunião, ou seja, o povo brasileiro é testemunha do pacto que foi feito ali”, diz.

Ele se refere à reunião ocorrida no domingo (5), com a presença do presidente Lula (PT), do governador Eduardo Leite (PSDB), prefeitos de municípios gaúchos, ministros, entre outros, para discutir ações para mitigar os efeitos da catástrofe.

Werner Rempel defendeu ajuda governamental às pessoas que foram à falência para que se evite “o pior”, se impeça o prolongamento da crise “aguda” e ainda, para reconstruir a economia gaúcha. “E me parece que a dívida estadual com a União vai ter uma suspensão até o fim do ano. Sem acréscimo. “Ou seja, é um movimento de convergência no brasil para nós atuarmos nesse momento em que é fundamental termos esse discernimento”, reiterou.

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve oficializar a medida nas próximas. O estoque da dívida gaúcha com o governo federal atingiu R$ 92,878 bilhões ao final de 2023.

A ação visa maior concentração de recursos para resgate de pessoas, desobstrução de vias a fim de ampliar o abastecimento e posterior reconstrução do Estado após as enchentes.

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