Tragédia no Rio Grande do Sul já ultrapassa 83 mortes; 111 estão desaparecidas

Na tarde desta segunda-feira (6), o balanço divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul mostra que o número de mortos em razão das fortes chuvas que atingem o estado desde o início da semana passada subiu para 83. Além disso, quatro óbitos estão em investigação. Ao todo, 111 pessoas estão desaparecidas e 291 estão feridas.

Conforme o levantamento da Defesa Civil, são 149,3 mil pessoas fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 364 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 873 mil pessoas.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional editou nova portaria, publicada em edição extra Diário Oficial da União, no último domingo (5), alterando ato anterior e ampliando para 336 municípios gaúchos o reconhecimento do estado de calamidade pública em razão das chuvas intensas que atingem a região.

A principal preocupação das equipes de socorro é aproveitar a trégua nas chuvas para resgatar vítimas que ficaram isoladas por conta dos alagamentos. O volume das águas diminuiu na maior parte das cidades do interior. Em Lajeado, foi possível observar os estragos provocados pela cheia do Taquari, que praticamente consumiu a rodovia Governador Leonel de Moura Brizola (Br-386), que liga Lajeado ao município de Estrela.

O Comando Militar do Sul (CMS) informou que a previsão meteorológica é de uma janela de bom tempo em maior parte do Estado entre o domingo e a próxima terça-feira (7), o que é considerado uma “boa notícia”. 

No entanto, a partir de quarta-feira (8), a previsão de chuva em áreas já castigadas por temporais voltará a deixar o estado em alerta, onde uma segunda frente fria se forma na Argentina e se desloca para alto mar, influenciando o aumento da chuva em todo o território do Rio Grande do Sul.

Atualmente, o nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15 desta segunda, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.

A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.

Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.

A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.

ABASTECIMENTO COMPROMETIDO

As chuvas provocam paralisações nos serviços de água, energia e telefonia, bem como danos nas rodovias e alterações no tráfego. No momento, 854.486 pessoas estão sem abastecimento de água, segundo informou a Corsan. Isso equivale a 27% do total de endereços atendidos pela concessionária.

Enquanto isso, a falta de energia afeta 424 mil endereços no Rio Grande do Sul. Na rede da RGE Sul, eram 261 mil pontos sem energia (27% do total de clientes), enquanto na linha da CEEE Equatorial eram 163 mil (9% do total de clientes).

Há também parada de serviços de telefonia e internet nas redes da Vivo (40 municípios), TIM (34) e Claro (24).

Na tentativa de contornar a situação, as operadoras habilitaram suas redes de forma que onde há apenas uma da redes disponível, automaticamente os clientes de qualquer operadora poderá acessá-la.

O Rio Grande do Sul tem 110 trechos em 61 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes, segundo dados do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), consolidados com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), abrangendo também rodovias concedidas e as administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).

Segundo o boletim, a Secretaria de Logística e Transportes (Selt) trabalha para desobstruir as rodovias o mais rápido possível, de maneira a garantir o tráfego de veículos e pedestres.

No total, 733 escolas estão comprometidas em 229 municípios, ou seja, estão danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, com problema de acesso ou outras questões que impedem o seu funcionamento.

A situação está afetando as aulas de 247.228 estudantes. A orientação para a rede estadual em relação ao retorno das aulas só será divulgada após uma reunião com todas as coordenadorias de educação do Estado.

Aeroporto Salgado Filho permanecerá fechado até o fim do mês de maio

AEROPORTO

Segundo informações da Rádio Gaúcha, o Aeroporto Internacional de Porto Alegre (Salgado Filho) permanece fechado e com todas as operações suspensas até o final do mês. Antes, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) tinha confirmado que até a próxima sexta-feira (10), a operação do Aeroporto se manteria fechada.

A situação do Aeroporto será avaliada dia a dia e melhora pode antecipar retomada dos serviços.

As companhias aéreas Azul, Gol e Latam cancelaram os voos com origem e destino para Porto Alegre. Quem tinha passagens marcadas está sendo comunicado sobre regras mais flexíveis para remarcação, reembolso e cancelamento.

A Abear informou, também, que os aeroportos das cidades de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santo Ângelo ainda estão operando, mas podem ser impactados pelas condições meteorológicas no estado, onde chove há vários dias.

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